AMBIENTE E TRABALHO NO CONTEXTO DO PROCESSO PRODUTIVO DO POLO DE CONFECCOES: UMA PERSPECTIVA DA REPRODUCAO SOCIAL PARA SAUDE HUMANA.
Desenvolvimento Sustentável. Política de Saúde do Trabalhador. Vigilância em Saúde do Trabalhador. Riscos Ambientais. Ambiente Domiciliar da Confecção.
A teoria da reprodução social, aplicada à complexidade do processo de trabalho na interface saúde e ambiente, contribui para a compreensão das desigualdades ao evidenciar a interconexão entre diferentes dimensões da vida. Este estudo teve como objetivo analisar situações de vulnerabilidade à saúde de trabalhadoras e trabalhadores domiciliares do Polo de Confecção do Agreste Pernambucano, visando à construção de um modelo de reprodução social da saúde humana. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa, com recorte quantitativo complementar, realizada nos municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. A investigação desenvolveu-se em três etapas: observação do processo produtivo, entrevistas em domicílios de trabalho e mensuração da qualidade do ar nos ambientes domiciliares de trabalho, utilizando o modelo de Reprodução Social de Samaja. Os resultados evidenciam situações de risco e vulnerabilidade socioeconômica, de gênero e institucional, marcadas pela informalidade, terceirização, subcontratações, baixa qualificação e jornadas extensas que integram atividades produtivas e domésticas. A análise das dimensões biocomunal, autoconsciência e da conduta, tecnoeconômica, ecológica e política revela como a exploração do trabalho e as desigualdades estruturais impactam diretamente nos processos que impactam a saúde, o ambiente e o trabalho. O estudo reafirma a centralidade da reprodução social na determinação social da saúde, ressaltando a importância de abordagens intersetoriais e integradas na formulação de políticas públicas para os territórios produtivos vulneráveis.