Banca de QUALIFICAÇÃO: VINICIUS BELEM RODRIGUES BARROS SOARES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VINICIUS BELEM RODRIGUES BARROS SOARES
DATA : 13/03/2023
LOCAL: Posneuro
TÍTULO:

BRUXISMO – CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO PÓS PANDÊMICO COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

BRUXISMO – CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO PÓS PANDÊMICO COVID-19


PÁGINAS: 30
RESUMO:

De acordo com consenso internacional atual, o bruxismo é uma atividade dos
músculos da mastigação que podem ocorrer durante o sono (bruxismo do sono) ou
em vigília (bruxismo diurno ou do dia), de forma rítmica ou não, repetida ou sustentada
através de contato dentário, com ou sem movimentos de rangidos em lateralidade ou
propulsão mandibular. Em indivíduos livres de qualquer outra patologia ou
comorbidade, o bruxismo não deve ser considerado como uma disfunção ou
desordem do aparelho estomatognático. Em sua iteração mais moderna, o bruxismo
é classificado como um hábito potencialmente danoso, podendo, inclusive, ser
considerado protetivo a depender de outros fatores associados. (LOBBEZOO e colab.,
2018)
A especificidade de tais atividades motoras e estado mental de consciência
acerca do bruxismo levanta a possibilidade para diferentes causas e consequências.
(MACHADO e colab., 2020)
Apesar de possíveis alterações morfológicas serem observadas nas estruturas
anatômicas que envolvem o funcionamento mandibular, a exemplo de processo
coronóide e côndilo da mandíbula, as mesmas não parecem atrapalhar o
funcionamento ou causar distúrbios de forma isolada. (CEZAIRLI e colab., 2022)
Sendo um hábito, características sociais, comportamentais e fatores
psicológicos (estresse, ansiedade e depressão), possuem influência e/ou associação
com o bruxismo (MANFREDINI e colab., 2016; WINOCUR e colab., 2011). Revisões
recentes apontam que pacientes com altos níveis de estresse estavam 6 vezes mais
propensos a reportarem bruxismo em vigília, reforçando a teoria da contração
muscular sustentada causada pelo reflexo de luta ou fuga típico do estado ansioso ou
de estresse (JASIELSKA e colab., 2019). A maioria dos estudos indica efeitos
adversos do status emocional sobre o bruxismo, o que pode levar a um aumento dos
sintomas (frequência ou intensidade) e até mesmo aparecimento de novos como dor
do complexo orofacial. (EMODI-PERLMAN e colab., 2020; EMODI-PERLMAN e ELI,
2021)
Estudos de revisão sistemática mostram que a prevalência do bruxismo em
uma população adulta pode variar de 10 a 13% para a bruxismo do sono e de 22 a
31% para o bruxismo em vigília. (MANFREDINI e colab., 2013)

Durante a Pandemia de Covid-19, a incerteza e o isolamento foram precursores
de vários problemas de saúde mental, apresentando índices tão altos quanto 57,4%
para estresse, e 58,6% para depressão em adultos. Segundo o estudo Shah e
colaboradores, mulheres entre 18–24 anos, em relações não conjugais, apresentaram
todas os sintomas para a variáveis estudadas (estresse, ansiedade e depressão.
(SHAH e colab., 2021)
Sendo o bruxismo diurno de característica comportamental, enquanto o diurno
se mostra muito mais como um reflexo protetivo a doenças associadas ao
sono(LOBBEZOO e colab., 2013; RAPHAEL e colab., 2016), espera-se que o mesmo
sofra maior influência do aumento dos índices de doenças psicossomáticas
observados durante a pandemia de COVID-19.
Estudantes de graduação e pós-graduação foram afetados em mais de uma
maneira pela pandemia de COVID-19. Além da incerteza do futuro, insegurança no
suporte de saúde e fatores biopsicossociais associados ao isolamento e subsequente
uso ostensivo de máscaras e outros itens de biossegurança, tal população, para se
adaptar a nova realidade e não arcar com prejuízos acadêmicos, teve que se submeter
a um novo método de aprendizado. Aulas através das plataformas on-line
representaram uma parcela significativamente importante para continuidade da
escolarização em geral. Não obstante, problemas devido ao choque de metodologia
de ensino e a adaptação de pessoas pouco versadas em tecnologia, fez com que
muita informação se perdesse no meio de tantas horas de ministradas.
A utilização em larga escala de aparelho eletrônicos por horas prolongadas,
tornou possível a transição para o ensino a distância durante a fase de isolamento
social e posteriormente durante a fase vacinal. Contudo, o aumento do tempo de
exposição a telas foi associado a índices aumentados depressão, ansiedade e
estresse, quando comparado a uma manutenção ou diminuição da exposição
(JÁUREGUI e colab., 2022). Podemos apontar que a situação como um todo
(adaptações feitas nos métodos de ensino e aprendizado durante a pandemia) afetou
significantemente a saúde mental dos estudantes, particularmente os níveis de
ansiedade. (BONDARENKO e colab., 2022)
Em seu estudo piloto preliminar, Lorio e colaboradores apontaram que 83% dos
estudantes relataram não aprender bem durante as aulas remotas. Porém, no mesmo

estudo, constatou-se um aumento nas notas dos estudantes, o que, para o autor,
parece conflitante com o relato dos mesmos. Em sua conclusão, recomenda que o
objetivo final dessa fase seja evitar estresse e burnout entre os estudantes. (LORIO e
colab., 2021)
Dessa forma, o presente estudo visa investigar as possíveis alterações no perfil
epidemiológico do bruxismo nessa população.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOSE JAILSON COSTA DO NASCIMENTO - UFPB
Externo à Instituição - RAFAEL DANYLLO DA SILVA MIGUEL - UFAL
Presidente - 1461329 - SANDRA LOPES DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 10/03/2023 09:41
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