O PAPEL DA NEUROTROFINA NA ODONTOGÊNESE: uma revisão sistemática
desenvolvimento dentário; fator neurotrófico; inervação; neurotrofina; odontogênese.
Os estágios da odontogênese estão correlacionados à sua inervação, que envolve
substâncias chamadas neurotrofinas. Esta revisão sistemática da literatura tem como
objetivo determinar as funções das neurotrofinas na odontogênese. Foi realizada uma
pesquisa usando os bancos de dados Medline-PubMed, Scopus e Web of Science. A
seleção dos artigos foi realizada de forma independente por três pesquisadores. Um
quarto examinador foi envolvido em casos de discordância. Os dados foram extraídos
usando critérios predefinidos (projeto do estudo, população do estudo, métodos de
intervenção, estágios da odontogênese, tipo de neurotrofina e seu respectivo receptor
e conclusão) e cada resultado foi analisado independentemente. Foram incluídos 20
estudos publicados nos últimos 20 anos, 45% dos quais utilizaram animais knockout
para o sistema de neurotrofina. O tipo de estudo experimental mais explorado, 65%,
foi o de células in vitro. Quando os estágios da odontogênese foram avaliados em
relação à ação das neurotrofinas, o estágio de campânula envolveu 75% dos estudos
incluídos. O Fator de Crescimento Nervoso (NGF) foi o mais comum entre as
neurotrofinas estudadas, com 50% dos estudos, seguido da Neurotrofina-4 (NT-4),
com 30%; contudo, o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) foi identificado
em 15% dos estudos. O receptor de neurotrofina mais explorado foi o p75, 70%,
seguido pela tirosina quinase (TrK) B, com 15%. Os outros receptores, TrK A, TrK C
e Ret, foram vistos em 10%, 5% e 5% dos artigos publicados, respectivamente. Os
fatores neurotróficos e seus receptores na odontogênese são expressos nos
diferentes estágios do desenvolvimento do dente, com envolvimento potencial
principalmente na inervação e na morfogênese, bem como nas interações da
diferenciação das células ectomesenquimais e epiteliais.