TERCEIRO VENTRICULOSTOMIA ENDOSCÓPICA COM OU SEM COAGULAÇÃO DO PLEXO COROIDE NO TRATAMENTO DA HIDROCEFALIA NA INFÂNCIA
Neuroendoscopia; terceiro-ventriculo-cisternostomia; coagulação do plexo coroide; hidrocefalia; pediatria.
O tratamento da hidrocefalia na infância continua sendo um dos grandes
desafios da neurocirurgia pediátrica moderna. As diferentes formas e tecnologias de
derivações valvuladas, embora salvem vidas, com a ocorrência frequente de
complicações, têm interferido negativamente no prognóstico desses pacientes (Da
Cunha, 2020).
A terceiro ventrículo-cisternostomia (TVE) tem mostrado resultados
promissores como alternativa às derivações valvuladas. No entanto, ainda não há
consenso quanto à indicação da TVE em crianças no primeiro ano de vida,
principalmente nas menores de 6 meses (Wagner, Koch, 2005; Kulkarni et al., 2016;
Da Cunha, 2020).
A coagulação do plexo coroide (CPC), segundo algumas publicações, parece
melhorar os resultados no tratamento endoscópico da hidrocefalia (Zhu, Di Rocco,
2013; Pople, Griffith, 1993; Warf, 2005; Warf, 2013).
Foi realizada uma análise retrospectiva de 167 procedimentos realizados entre
janeiro de 2015 e dezembro de 2023, 66 TVE (39,2%) e 101 cisternostomia do terceiro
ventrículo (60,98%) com coagulação do plexo coroide (TVE-CPC). O sexo masculino
representou 57,32% dos pacientes e 66,46% tinham 6 meses de idade ou mais. As
indicações mais frequentes para abordagem endoscópica foram estenose do
aqueduto (35,98%), disfunção não infecciosa do sistema valvular (24,39%) e
complicação infecciosa do sistema valvar (19,51%).
No geral, 65,85% dos pacientes foram considerados bem-sucedidos após 6
meses de cirurgia endoscópica. No entanto, não foram observadas diferenças
estatisticamente significativas nos resultados apresentados entre TVE e TVE-CPC.