PREVALÊNCIA DE DISTORÇÃO DE IMAGEM CORPORAL EM ADOLESCENTES E SUAS POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES: UM ESTUDO DE TENDÊNCIA TEMPORAL
Imagem corporal; adolescentes; saúde mental; estudantes.
A imagem corporal parte de um conceito multidimensional e dinâmico que
corresponde a uma ilustração que o indivíduo constrói em sua mente do corpo humano,
normalmente associada a percepções, sentimentos, pensamentos e ações. A percepção da
imagem corporal é configurada como um processo complexo, que envolve aspectos cognitivos,
afetivos, sociais e culturais. A percepção negativa da imagem corporal pode trazer repercussões
como quadros de inferioridade, isolamento social, sintomas depressivos e comportamento
alimentar disfuncional. Nos últimos anos, tem-se observado um crescente interesse no estudo
da imagem corporal, especialmente entre os adolescentes, devido à sua vulnerabilidade às
pressões sociais e culturais relacionadas à aparência física. Objetivos: Avaliar a prevalência de
distorção de imagem corporal em adolescentes e as suas alterações, investigando possíveis
associações com a saúde mental e fatores sociodemográficos, considerando os três
levantamentos (2014, 2017, 2022). Métodos: Trata-se de um estudo de tendência temporal,
possibilitando a verificação de um comportamento de determinada população com o passar dos
anos. Os estudantes do ensino médio da cidade de Caruaru – PE responderam questionários
auto aplicativos sobre percepção de imagem corporal (Escala de silhuetas de Stunkard), saúde
mental (SDQ), e fatores socioeconômicos e demográficos. Os mesmos procedimentos
utilizados nos anos de 2014 e 2017, também foram replicados em 2022. Os dados foram
analisados utilizando o SPSS. Resultados: Observou-se que a prevalência de distorção de
imagem corporal não sofreu alterações significativas durante o intervalo de tempo dos três
levantamentos: 13,9% em 2022, 15,9% em 2017 e 10% em 2012. Porém foi possível verificar
que houve diferenças significativas na saúde mental dos adolescentes, em 2014 a prevalência
encontrada foi de 17%, já em 2022 chegou a 26,3% da amostra apresentando problemas de
saúde mental. Ainda serão necessárias mais análises para verificar possíveis associações entre
as variáveis citadas e os dados sociodemográficos.