ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DE ÍNDICES CEFÁLICOS PARA INVAGINAÇÃO
BASILAR
Impressão basilar. Diagnóstico. Cefalometria. Braquicefalia.
A invaginação basilar tipo B é uma alteração da junção craniovertebral
caracterizada por hipoplasia e deslocamento superior do contorno ósseo do forame
magno. Historicamente, ela tem sido relatada no Nordeste brasileiro e frequentemente
associada a pessoas braquicefálicas e de pescoço curto. O objetivo do presente
estudo foi analisar o poder diagnóstico de três índices cefálicos para a IB tipo B e suas
correlações com medidas da junção craniovertebral. Este foi um estudo retrospectivo
do tipo caso-controle. Foram utilizados exames de ressonância magnética
provenientes de 31 pacientes com invaginação basilar tipo B e 96 controles. A
projeção cefálica do ápice do dente do áxis acima do nível do óbex foi usada para
definir a positividade de invaginação basilar. Essa leitura foi feita de forma
independente por dois neuroradiologistas. Outros dois examinadores mensuraram,
também de forma independente, os testes cefálicos (índice largura comprimento;
índice altura largura; e o índice craniano total) e os parâmetros da junção
craniovertebral (ângulo do forame magno; linha de Chamberlain; e ângulo clivocanal).
A confiabilidade intra e interexaminador dos índices cefálicos variou entre 94% e 96%
(P<0,05). As áreas sob a curva ROC evidenciaram que o poder diagnóstico do índice
altura largura foi maior (0,874) em relação ao índice craniano total (0,846) e índice
largura comprimento (0,639) (P<0,05). Os seguintes critérios de corte foram
observados: índice largura comprimento ≥ 86 (sensibilidade: 53,3%; especificidade:
66,7%); índice altura largura ≤ 58 (sensibilidade: 74,7%; especificidade: 85,5%); e
índice craniano total ≥ 28 (sensibilidade: 77%; especificidade: 80,4%). As correlações
mostraram que o fenômeno da invaginação basilar estava significativamente
relacionado à redução da altura craniana, aumento da largura, e redução do
comprimento (P<0,05). Em conclusão, os resultados mostraram evidências de que os
índices cefálicos podem ajudar na investigação da invaginação basilar tipo B. O índice
altura largura apresentou o maior poder diagnóstico, acima de 87%. Esses dados
corroboram as postuladas relações entre o fenômeno da invaginação basilar e as
alterações nas dimensões cranianas.