JUNÇÃO CRANIOCERVICAL DE PACIENTES COM INVAGINAÇÃO BASILAR: estudo comparativo
Invaginação basilar; junção craniocervical; malformação de Chiari;
vértebras cervicais.
A junção craniocervical (JCC) é uma região complexa e sua lesão gera elevada
morbidade e mortalidade. E a anormalidade que é mais frequente nessa região é a
invaginação basilar (IB). Esse estudo teve como objetivo quantificar e analisar dados
morfológicos da JCC em pacientes com e sem IB. Estudos de tomografia
computadorizada (TC) da JCC foram usados para medições de: ângulos da base do
crânio, presença ou ausência de IB, alterações morfológicas do atlas e do áxis e
desalinhamento facetário atlantoaxial; medições bilaterais de comprimento e diâmetro
do côndilo occipital e massa lateral de C1, diâmetro e altura do pars e lâmina de C2,
diâmetro, comprimento e comprimento do eixo pedículo de C2, índices craniobasais,
volume da fossa posterior (FP) e ângulo entre o seio reto e a foice do cerebelo; e
estudos de ressonância magnética (RM) para verificar associação de IB com
malformação de Chiari (MCh) de 20 pacientes com IB em comparação com 60
pacientes sem anormalidades da JCC. Dos resultados obtidos, 90% dos homens e
80% das mulheres com IB apresentaram MCh, 5 de 10 homens com IB apresentaram
desalinhamento atlantoaxial do tipo II e 7 de 10 mulheres com IB apresentaram do
tipo III ou ausente. 60% dos homens com IB tinham assimilação do atlas,
diferentemente da população normal. Todos os homens com IB tinham platibasia, ao
contrário das mulheres que tiveram ângulo basal de Welcher (ABW) semelhante ao
grupo controle e ângulo clivocanal (ACC) < 150°. Todos os pacientes com invaginação
basilar apresentaram valores morfométricos inferiores aos encontrados na população
normal, com diferença de aproximadamente 6mm no côndilo occipital e 3mm no
pedículo de C2, por exemplo, além de diferenças na inclinação dos eixos das
estruturas ósseas, destancando-se o tilt craniocervical cujo valor foi maior no grupo
de pacientes invaginados, com valores médios de 105,58° (homens) e 92,85°
(mulheres) com IB, em contraposição com valores médios de 72,89° (homens) e
71,86° (mulheres) sem IB. Pode-se concluir que este estudo demonstra importantes
diferenças estruturais entre os pacientes com e sem IB e que esta, geralmente, se
associa a outras anormalidades que podem resultar em compressão às estruturas
neurovasculares da JCC, com ou sem instabilidade atlantoaxial demonstrada, apesar
da enorme variabilidade anatômica encontrada nas duas populações.