Engajamento social docente, subjetividade e decolonialidade: por universidades engajadas com a transformacao social
Decolonialidade. Subjetividade docente. Engajamento universitário. Transformação social. Pesquisa engajada. Administração.
A presente tese investiga como a perspectiva decolonial pode orientar a construção coletiva de compreensões sobre a lógica subjetiva do trabalho docente, fortalecendo o engajamento universitário com a transformação social. O estudo parte do reconhecimento de que a universidade exerce papel central na produção de conhecimento e na promoção de justiça social, mas frequentemente mantém-se distante das demandas comunitárias e reforça epistemologias eurocêntricas. Nesse contexto, o trabalho docente é compreendido não como prática neutra, mas como atividade atravessada por sentidos, significados, afetos e compromissos ético-políticos que moldam a forma como os professores articulam ensino, pesquisa e extensão. A pesquisa articula três construtos centrais – decolonialidade, subjetividade e engajamento docente – defendendo que a integração desses elementos pode romper com práticas acadêmicas hierárquicas e tecnocráticas, promovendo uma universidade mais aberta a saberes plurais e dialogada com realidades periféricas. Assume-se que o engajamento universitário, além de exigência normativa (pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e pela curricularização da extensão), é também uma construção subjetiva, vivida e ressignificada por docentes e gestores. De abordagem qualitativa, participativa e engajada, o estudo será realizado com professores e gestores de cursos de Administração de Instituições de Ensino Superior do Nordeste brasileiro, reconhecendo-os como coautores do conhecimento. Seus objetivos incluem mapear práticas de ensino, pesquisa e extensão ligadas à transformação social, compreender os sentidos atribuídos ao trabalho docente, discutir princípios decoloniais no contexto institucional e cocriar reflexões que inspirem iniciativas acadêmicas. A tese contribui teoricamente ao aproximar decolonialidade e engajamento universitário, metodologicamente ao adotar práticas de pesquisa colaborativas, e socialmente ao propor caminhos para que a universidade cumpra sua função de forma crítica e emancipadora.