INFLUENCIADORES DIGITAIS ATIVISTAS CONTRA DESINFORMACAO
Desinformação; Plataformização; Influenciadores digitais; Ativismo digital; Assemblage Theory.
A desinformação é abordada como um fenômeno complexo, intencional e estruturado que opera sob lógica algorítmica, emocional e mercadológica, funcionando como uma externalidade lucrativa para as plataformas digitais e como uma ameaça à esfera pública democrática. Considerando que uma das possibilidades de combate ao fenômeno perpasse por práticas de resistência (ativismo) adotada por influenciadores digitais (intermediários políticos de consumo) atuando como parte de um agenciamento sociotécnico e político em contextos plataformizados, pergunta-se: como influenciadores digitais ativistas combatem a desinformação nas plataformas de mídias sociais? O objetivo é compreender como esses sujeitos híbridos (influenciadores digitais ativistas), posicionados entre o marketing de influência e o ativismo digital, articulam narrativas, afetos e tecnologias para promover práticas comunicacionais combativas e éticas em ambientes de desordem informacional. Para isso, a pesquisa adota como lente teórica do agenciamento (Assemblage Theory), na vertente deleuze-guattariana, a fim de analisar os arranjos provisórios entre sujeitos humanos e não humanos, discursos, algoritmos, plataformas, afetos e estratégias de engajamento. Metodologicamente, a pesquisa adota a netnografia fundamentada em epistemologias críticas do consumo (CCT) e na perspectiva deleuze-guattarriana da Assemblage Theory, permitindo capturar a complexidade e a fluidez dos agenciamentos políticos em redes sociais digitais. A análise se ancora na ontologia relacional e rizomática da teoria do agenciamento, permitindo compreender como sujeitos são produzidos e atravessados por múltiplos fluxos, afetos e regimes de visibilidade em disputas discursivas sobre verdade, autoridade e informação. A contribuição teórica reside na articulação entre cultura de consumo, ativismo digital, plataformização e desinformação, aprofundando a compreensão dos influenciadores como mediadores culturais, políticos e sociais em ambientes informacionais algoritmizados. Ao reposicionar os influenciadores ativistas como atores políticos centrais na resistência à desinformação, a pesquisa avança no entendimento das práticas de consumo simbólico, engajamento ético e mobilização política no capitalismo de plataforma. A nível prático, o trabalho oferece subsídios para estratégias de comunicação, educação midiática e formulação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da desinformação. As evidências empíricas apontam caminhos para o fortalecimento de práticas discursivas éticas, valorização de iniciativas comprometidas com a verdade e construção de uma esfera pública digital mais crítica, plural e democrática.