QUAL A SUA FACÇÃO? USANDO A SÉRIE DIVERGENTE COM BASE EM UM NOVO MODELO DA PERSONALIDADE COM APLICAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES
Série divergente; facções; teoria da personalidade; gestão de pessoas; validação de instrumento psicométrico.
A personalidade tem sido amplamente estudada na Psicologia e nas Ciências Organizacionais devido ao seu impacto no comportamento humano e nas interações no ambiente de trabalho. Desde o início do século XX, modelos teóricos vêm sendo desenvolvidos para compreender e medir as diferenças individuais, com destaque para abordagens como o Big Five e o MBTI. No entanto, lacunas persistem na compreensão dos traços de personalidade e suas aplicações práticas na gestão de pessoas. Neste contexto, o presente estudo propõe um novo modelo de personalidade inspirado na estrutura das facções da série literária Divergente e investiga sua validade científica e aplicabilidade no contexto organizacional. Para isso, foi desenvolvido o Inventário Campello-Bezerra de Personalidade (ICBP), um instrumento psicométrico destinado a avaliar dimensões de personalidade baseadas na categorização das facções da série. A pesquisa foi conduzida em duas fases: a primeira envolveu uma amostra de 174 adultos da Região Metropolitana do Recife, analisando a estrutura do ICBP por meio de escalonamento multidimensional e regressões estatísticas. A segunda fase ampliou a amostra para 350 participantes, incluindo medidas adicionais como o Teste de Pensamento Acadêmico, o Teste Rápido de Conhecimentos e o TIPI (Ten-Item Personality Inventory). Os resultados indicaram que o ICBP apresenta validade estrutural e de critério, demonstrando associações significativas entre suas dimensões e variáveis ocupacionais, socioeconômicas e psicológicas. Os achados sugerem que o modelo das facções pode fornecer insights relevantes para a gestão de pessoas, auxiliando na formação de equipes, na seleção de lideranças e na predição do desempenho profissional. O estudo contribui para o avanço da psicometria ao propor um modelo alternativo de avaliação da personalidade, com implicações para pesquisa e prática organizacional. Ao final, são discutidas as limitações da pesquisa e sugeridas direções para estudos futuros, incluindo a replicação do ICBP em diferentes contextos culturais e organizacionais.