O CUIDADO DE SI COMO RESISTÊNCIA NO TRABALHO DIGITAL
trabalho, crítica, investigação e práticas.
As relações de trabalho são, no sistema capitalista, abarrotadas de processos social e historicamente construídos que aprisionam a subjetividade dos trabalhadores. Estes mecanismos que foram fortalecidos pela tecnologia, produzem modos de subjetivação e ocorrem até mesmo em profissões consideradas de ‘colarinho branco’. Paradoxalmente, constatamos que até mesmo os trabalhadores digitais, que são os responsáveis pelo desenvolvimento, manutenção e aprimoramento destas tecnologias, que ampliam a exploração dos trabalhadores no geral, também são vítimas destes modos de subjetivação. No entanto, verificamos que alguns profissionais têm apresentado uma postura crítica perante a estes processos, exercendo, deste modo, o que chamamos de práticas de resistência. É nesse contexto que emerge o nosso interesse em compreender as práticas de resistência no contexto do trabalho digital sob a luz do cuidado de si foucaultiano. Para tanto, iremos desenvolver uma pesquisa com uma abordagem qualitativa fundamentada no pensamento teórico de Michel Foucault. Iremos utilizar o método da história de vida, e os dados serão coletados por meio da entrevista narrativa. Espera-se que a investigação e compartilhamento destas histórias de vida possam servir de inspiração sobre sua forma de viver e, especialmente, na sua relação com o trabalho para os trabalhadores no geral.