POR UMA RESISTÊNCIA HACKER: Uma análise da Algoritmização Biopolítica sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos sob a ótica da Decolonialidade
Colonialidade de Gênero; Algoritmização; Biopolítica; Ciberfeminismo; Netnografia.
Os direitos sexuais e reprodutivos referem-se à autonomia das mulheres e pessoas com útero para tomar decisões informadas sobre sua vida sexual e reprodutiva. Isso inclui a liberdade de escolher se, quando e como ter filhos, acesso a métodos contraceptivos e a possibilidade de vivenciar a sexualidade de forma segura e digna. Os movimentos feministas encabeçaram as reivindicações acerca desses direitos e seguem fazendo um contraponto a todo tipo de opressão e violência nessa esfera, sobretudo nas últimas décadas, em que o ciberfeminismo se amplia com uso de tecnologias digitais em rede para manifestações fragmentadas e diversas por meio de comunidades online chamadas de coletivos. Essa transformação tem promovido o empoderamento feminino através das mídias sociais, enquanto, ao mesmo tempo, acaba expondo as mulheres a uma crescente vigilância e controle. Nesse trabalho, discutimos sobre uma lógica de algoritmização biopolítica argumentando que o monitoramento e controle sobre os corpos femininos, especialmente em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, perpetuam uma lógica de dominação e exploração, caracterizando a colonialidade gênero. Assim, esse estudo busca responder à seguinte pergunta de pesquisa: Como coletivos ciberfeministas latino-americanos decolonizam algoritmização biopolítica sobre direitos sexuais e reprodutivos? A fim de tentar compreenderas lógicas pelas quais operam esse sistema, bem como as estratégias adotadas pelas mulheres que por ele são afetadas. Para isso, trabalharemos com a netnografia como método de coleta, análise e interpretação dos dados, assim como das teorias decoloniais e feministas.