DOS DISPOSITIVOS DE PODER DO RACISMO INSTITUCIONAL À INTEGRAÇÃO SOCIAL ESTUDANTIL: A experiência de Migrantes Luso-africanos nas Universidades Federais Brasileiras
Racismo institucional; teoria heterárquica do poder; integração social estudantil; matriz colonial do poder; arqueogenealogia; PEC-G.
A marca social de “negro” no Brasil carrega um histórico de inferiorização e marginalização, perpetuado pelo racismo e pelas desigualdades sociais. Essa realidade se reflete no sistema educacional brasileiro através do racismo institucional, construindo uma realidade que perpassa altos índices de evasão de jovens negros, discriminação, pouca representatividade negra na posição de docentes, entre outros fatores, notadamente nas universidades federais. Catapultados nesse contexto através do Programa Convênio PEC-G, os estudantes migrantes luso-africanos enfrentam diversos desafios nesses ambientes educacionais em função do racismo institucional. Assim, percebe-se que esse tipo específico de racismo tem gerado tensões e impactos tanto na socialização quanto na integração social estudantil desses estudantes, com base primordialmente na produção de identidades ligadas ao conceito de “negro” específico para o Brasil. Em função disso, este estudo qualitativo de caráter crítico, situado na fase genealógica de Michel Foucault mediante uma leitura decolonial da sua Teoria Heterárquica do Poder, possui como objetivo descrever e traçar, através do método Arqueogenealógico, como operam os dispositivos de poder do racismo institucional, sustentados pela Matriz Colonial do Poder, em relação aos estudantes migrantes luso-africanos vinculados ao PEC-G nas universidades federais brasileiras, tomando a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como lócus de pesquisa. Busca-se compreender, de modo complementar, a forma como esses dispositivos de poder produzem identidades marginais nesses sujeitos, dificultando, assim, o seu percurso acadêmico.