USO DE PRODUTO TECNOLÓGICO DE Stryphnodendron Adstringens (Mart.) Coville COM E SEM INCORPORAÇÃO ÀS NANOPARTÍCULAS DE PRATA EM LESÕES DE ALTO GRAU NO COLO UTERINO
Colo do Útero; Barbatimão; Lesões Intraepiteliais Escamosas Cervicais; Ensaio Clínico.
Introdução: Na Relação Nacional de Plantas Medicinais de interesse ao Sistema Único de Saúde o Stryphnodendron adstringens é descrito pelo seu potencial cicatrizante, anti-inflamatório, antisséptico, antimicótico e antifúngico. Esta planta tem sido estudada com seus taninos como princípio ativo no tratamento de infecções por Papilomavírus Humano e profilaxia do câncer cervical (Carta Patente PI 1004542-2). Contudo, não há relato científico sobre ação dos taninos e taninos incorporados a nanopartículas de prata no tratamento de lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL) no colo uterino. Objetivo geral: Avaliar a viabilidade do uso tópico de produto tecnológico de Stryphnodendron Adstringens (Mart.) Coville com e sem incorporação
às nanopartículas de prata em lesões intraepiteliais escamosas de alto grau no colo uterino. Materiais e Métodos: Ensaio clínico randomizado, realizado no período de novembro de 2018 a março de 2024. O extrato etanólico do pó da casca do barbatimão foi obtido por meio alcoólico etanólico. Preparou- se o composto farmacêutico contendo 20% de barbatimão, 8% propilenoglicol e 72%de polawax (para o grupo A); e 20% de barbatimão, 8% propilenoglicol, 71,9% de polawax e 0,1% de nanopartículas de prata (para o grupo B). O estudo tem aprovação do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa sob parecer 2.114.908. As participantes, mediante Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos, foram mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde no município de Arapiraca, diagnosticadas por biópsia com HSIL, randomizadas em 3 grupos: grupo A formulação com extrato de barbatimãoveiculado em creme polawax); grupo B (nanoformulação contendo extrato de barbatimão e nanopartículas de prata, veiculada em creme polawax); grupo C (grupo-controle). As mulheres foram acompanhadas e avaliadas quanto à situação clínica e ginecológica durante o uso do composto em estudo, bem como avaliadas em relação ao diagnóstico histopatológico antes e após o tratamento em estudo (grupos A e B), com grupo controle apenas em tratamento convencional. As análises estatísticas foram
realizadas através do Excel e Jamovi, usando os testes T, ANOVA, Fisher e McNemar. Resultados e discussão: De modo geral as participantes do estudo não apresentaram alteração clínica prejudicial após o uso do composto com extrato etanólico de Stryphnodendron adstringens, incorporado ou não às nanopartículas de prata. Nota-se regressão da lesão em 55,5% das mulheres do grupos A (n=9), em 33,3% das mulheres do grupo B (n=6) e em 12,5% das mulheres do grupo C (n=8), no entanto não houve diferença estatística significativa (F= 1.09; p= 0,35; η2 = 0.10)entre os diagnósticos histopalogógicos dos três grupos estudados. Foramdesenvolvidos e depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial umaplicativo de software, uma patente de invenção e um desenho industrial comorecursos tecnológicos possíveis para contribuir no diagnóstico e seguimento das lesões cervicais, bem como para acompanhamento das mulheres em uso do composto em estudo. Conclusão: Os resultados obtidos não permitem determinar a capacidade de reparo do creme de extrato etanólico de Stryphnodendron adstringens, incorporado ou não asnanopartículas de prata, contudo há possibilidade de eficácia do produto com aumento da amostra em estudo.