Super Floresta Atlântica: sensibilização ambiental da flora nativa por meio de jogo de cartas
Cegueira botânica, conservação, espécies nativas, gamificação,ludicidade, sensibilização ambiental.
O ensino de Botânica no ensino médio enfrenta limitações significativas, decorrentes de abordagens excessivamente teóricas, fragmentadas e desvinculadas do cotidiano dos estudantes, o que contribui para o desinteresse e para a dificuldade de reconhecimento da flora nativa. Esse cenário agrava fenômenos como a “cegueira botânica” traduzido como a invisibilidade das plantas no ambiente, e o “analfabetismo botânico”, ou seja o desconhecimento de sua importância ecológica, cultural e medicinal. Tais lacunas tornam-se ainda mais críticas diante da degradação da Floresta Atlântica, um dos hotspot do Brasil, cuja conservação depende diretamente do reconhecimento de sua biodiversidade. Nos últimos anos, estratégias pedagógicas baseadas em metodologias ativas, como a elaboração de herbários e a produção de ilustrações de espécies ameaçadas, mostraram-se eficazes em estimular o interesse estudantil. No entanto, tais recursos ainda carecem de dinamicidade e acessibilidade. Nesse contexto, os jogos didáticos emergem como alternativas promissoras, em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 2000), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incentivam práticas educativas integradas à formação cidadã e ambiental. Com base nesses pressupostos, foi desenvolvido o jogo “Super Trunfo: Flora da Floresta Atlântica”, que alia ludicidade, conscientização e ciência. O baralho é composto por cartas ilustradas com espécies nativas, classificadas em categorias como alimentares, medicinais, ornamentais, PANCs, reflorestamento, religiosas, venenosas e melíferas. Além disso, inclui informações sobre o status de conservação (IUCN), permitindo que os estudantes compreendam a vulnerabilidade das espécies. Cada atributo recebe pontuação de 1 a 5, possibilitando a comparação entre plantas e estimulando a aprendizagem de forma competitiva e interativa. Assim, o jogo se consolida como ferramenta inovadora para o ensino de Botânica, capaz de transformar dados técnicos em conhecimento acessível e relevante, reforçando a máxima de que “só se preserva o que se conhece”.