INFÂNCIAS, CURRÍCULO E ESCOLA EM TERRITÓRIO QUILOMBOLA NO MUNICÍPIO DE ALAGOINHA-PE: sobre pistas para pensarcom crianças e infâncias que artistam em transbordamentos no cotidiano escolar
infâncias; artistagem; currículoescola; quilombola; afroconfluente.
Esta pesquisa foi desenvolvida a partir da Filosofia da Infância, com inspiração cartográfica.
Propondo-se a pensarcom crianças, e infâncias, que habitam o espaçotempo escola do campo,
em território quilombola. Como território existencial da prática investigativa e produção de
dados, enquanto Campo Problemático, delimitou-se, por meio de um movimento cartográfico,
uma Escola localizada em Território Quilombola, situado na região Agreste, no Município de
Alagoinha-PE. Teceram conosco crianças cartógrafas do Ensino Fundamental I – Anos Iniciais.
Tomamos como objeto de estudo os dizeres, saberes e aprenderes minoritários das infâncias. A
partir dos quais elucidamos a pergunta de investigação: Que outros possíveis as artistagens das
crianças, e das infâncias, produzidas no cotidiano escolar, de uma escola do campo, em
território quilombola, nos dão a pensarcom ao currículoescola? Tendo em vista tal inquietação,
propomos, nesta pesquisa, praticar entre e com as crianças, e as infâncias que habitam a escola
do campo, em território quilombola e, a partir destes encontros em possibilidade, em desejo de:
Cartografar os deslocamentos, composições, dizeres, fazeres e aprenderes artistados pelas
crianças, e infâncias, que frequentam este território existencial, para pensarcom outros
possíveis ao currículoescola. Com aberturas outras, nesses movimentos, em atravessamentos
aiónicos, subjetivados pela beleza dos (des)começos circulares, fomos agenciados a: 1) Mapear,
desde suas próprias experiências cotidianas em contexto escolar, os deslocamentos,
composições, dizeres, fazeres e aprenderes artistados pelas crianças e pelas infâncias que
habitam a escola do campo em território quilombola; 2) Acompanhar, os
transbordamentos/vazamentos curriculares que as crianças, e as infâncias, instauram a partir de
seus deslocamentos, composições, dizeres, fazeres e aprenderes; 3) Problematizar os
deslocamentos, composições, dizeres, fazeres e aprenderes artistados pelas crianças, e as
infâncias, na escola do campo, em território quilombola, para pensarcom outros possíveis ao
currículoescola. Os intercessores teóricos que nos acompanharam nestes movimentos foram:
Kohan (2014), Santos (2019), Corazza (2008), Ferraço (2021), Deleuze e Guattari (1997),
Skliar (2008), Barros (2013) e outros. Problematizamos ao pensarcom infâncias como caminha
para a pesquisa com crianças, compondo conversações e instaurações em fluxo, entre
acontecimentos no cotidiano, para tecermos a partir de seus dizeres, fazeres e aprenderes.
Assim, em encontros, e possibilidades, praticamos na escola, ao pensarcom as crianças que
artistam em transbordamentos no cotidiano escolar. Nestes encontros percebemos
possibilidades outras, artistadas pelas crianças que, em brechas produzem e, nos provocam (re)criando Currículoescola-Aratacas, Currículoescola-Pega-Macaco, Currículoescola-Samba-de-Coco, Currículoescola-Afroconfluente... evidenciando a potência inventiva das infâncias que habitam o território afroconfluente.