O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM ESCOLAS INDÍGENAS: uma análise do Referencial Curricular Nacional para Escolas indígenas à luz da decolonialidade dos corpos e da perspectiva do Bem Viver.
Palavras-chaves: Bem Viver; Decolonialidade dos corpos; Diferença Colonial; Educação Física nas escolas indígenas.
Esta Dissertação está vinculado à linha de pesquisa denominada Educação e Diversidade
do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Centro Acadêmico do Agreste (CAA). A pesquisa teve como objetivo
compreender como o ensino de Educação Física é apresentado no Referencial Curricular Nacional
para Escolas Indígenas (RCNEI), considerando-se a decolonialidade dos corpos na perspectiva do
Bem Viver. Além da análise do RCNEI, procuramos identificar as possíveis aproximações e
distanciamentos entre Referencial aqui citado e o Currículo de Educação Física do Estado de
Pernambuco (2019). Os postulados do Bem Viver foram analisados com o intuito de contribuir
para a construção de possíveis indicadores para a decolonialidade dos corpos, por meio da
Educação Física praticada nas escolas indígenas. As nossas justificativas sobre o estudo em
questão, foram dadas nos âmbitos histórico, político e social; acadêmico e pessoal, os quais,
embora separados, estão correlacionados entre si. Metodologicamente, nossa dissertação está
classificada como uma pesquisa qualitativa com viés documental, com natureza descritiva, pautada
em uma ótica decolonial, uma vez que visa questionar a colonialidade presente buscando a
Diferença Colonial. Foi Utilizada a Hermenêutica Dialética para análise e compreensão dos textos.
Para o desenrolar das análises, nossa abordagem teórica recaiu sobre os estudos decoloniais, a
partir de Almeida (2001); Almeida (2021); Céspedes (2010); Enrique Dussel (1993; 2016);
Galdino; Salles (2022); Lacerda; Feitosa (2015); Mignolo (2007; 2008a; 2008b; 2017; 2020) ;
Oliveira e Feitosa (2020); Quijano (2000, 2005); Silva (2021b); Walsh (2008; 2009; 2010) dentre
outros/as autores/as que contribuíram de forma significativa para a construção das possíveis
respostas para nosso questionamento e objetivos. Uns dos principais resultados da pesquisa
verificou que o componente curricular Educação Física, infelizmente, foi e possivelmente ainda é,
um componente curricular que faz parte do rol daqueles onde a colonialidades do poder, saber e
ser mais se manifestam, dificultando o tensionamento na linha de fronteira, onde há a ocorrência
de diálogos interculturais com as práticas tradicionais indígenas de educação dos corpos na
perspectiva do Bem Viver. Esperamos que os resultados desta pesquisa possam subsidiar possíveis
práticas de ensino para a Educação Física escolar nas escolas indígenas do estado de Pernambuco
e quiçá em outras regiões do país.