OS DIZERES INFANTIS E O BRINCAR NOS ESPAÇOSTEMPOS DA EDUCAÇÃO
INFANTIL: uma cartografia em municípios do Agreste pernambucano
Brincar. Crianças. Educação Infantil. Infância.
O que pode nos dar a pensar uma pesquisa brincante nos espaçostempos da Educação Infantil?
De que maneira podemos hospedar os dizeres que acoam das crianças nas experienciações do
cotidiano na Educação Infantil? De forma crianceira, poética e potente, nos desvencilhamos por
entre os emaranhados, nas entrelinhas, nas (des)composições, criações, invencionices e em
tantas outras experienciações infantis em busca de cartografar os dizeres infantis acerca do
brincar nos espaçostempos da Educação Infantil em municípios do Agreste pernambucano. Para
isto, em um exercício de inspiração cartográfica, buscamos caminhar com a infância a partir da
aproximação com as crianças com 4 e 5 anos da Educação Infantil nos municípios de Caruaru
e Poção e neste percurso, nos lançamos aos (des)encontros, as (im)possibilidades, as
instaurações, as conversações, linhas de fugas e experienciações que nos aproximaram dos
gestos, dizeres e fazeres da infância. Para nos acompanhar por esses enveredamentos, tivemos
como principais intercessores e andarilhos teóricos Kohan (2004, 2007, 2017), Abramowicz
(2006, 2017), Deleuze (2003, 2006, 2011), Larrosa (2006, 2015), Maschelein e Simons (2014)
Skliar (2012, 2018, 2019), Lopes (2015), Lapoujade (2017), Bachelard (1988), Gonçalves e
Carvalho (2021), Derrida (2012) e Barros (1996, 2003, 2008, 2010, 2018). Desse modo, nos
encaminhamos por um estudo que conversou, brincou, invencionou, e valorizou os desvios,
problematizando junto às crianças a infância, o brincar e a Educação Infantil. Em nossos
(des)caminhos, nos deparamos com convites para (re)pensar as infâncias, os documentos
normativos, os currículos, os espaçotempos e outras passagens a partir das crianças, que mesmo
em meio a tabulações, determinações e limites, invencionam o brincar e esses espaçostempos,
em linhas de fugas que perpassam o tempo chronos e experienciam uma temporalidade de
intensidades. As crianças e suas inventividades nos mostraram formas outras de ver e enxergar
aquilo que é projetado para elas. Essa aventura nos levou a pensar as “coisa” de um modo
infantil e de miudezas, nos levando também a fabulações e devaneios que pensam os
espaçostempos da Educação Infantil como um entre-lugar de sonhos (im)possíveis.