VENTOS DA “MUDANÇA”: um estudo sobre educação para os povos negros entre 1750 e 1822 e suas implicações nos dias atuais
Período Pombalino; Resistência do Povo Negro; Educação Decolonial; Colonialidade Epistêmica; História dos africanos no Brasil.
A presente dissertação tem como objetivo analisar as mudanças que foram propostas
pelo Marquês de Pombal em sua forma de governar, propor e executar ideias que em
muito transformaram a metodologia de condução do reinado português, com impacto na
então colônia Lusitânia, o Brasil. Para tanto, definimos como marco temporal o período
compreendido entre 1750 a 1822. O trabalho analisa os impactos da chegada da família
real às terras brasileiras e a elevação do Brasil à condição de Reino de Portugal, em
meados de 1815, estendendo-se até a independência do Brasil em 1822. A proposta do
presente trabalho é estabelecer um diálogo entre esses eventos e a situação atual das
condições educacionais ofertadas aos povos negros. Procuramos evidenciar os
processos de resistência desses povos no contexto brasileiro, que ocorre também pelo
viés epistemológico, amplamente debatido nas esferas acadêmicas, no sentido de
destacar sua importância da ocupação dos espaços de intelectualidade. Nossa
fundamentação teórica se baseia no pensamento decolonial, partindo, especialmente,
dos seguintes autores: Frantz Fanon (1968; 2008), Edward Said (1990), Stuart Hall
(2003; 2006), Homi Bhabha (1998), entre outro. Na perspectiva latino-americana
destacamos Aníbal Quijano (1992; 2005), Catherine Walsh (2005; 2008; 2009),
Edgardo Lander (2005), Nelson Maldonado-Torres (2007), Ramón Grosfóguel (2007) e
Walter Mignolo (2003). Também Consultamos fontes primárias, contendo documentos
originais do período do recorte temporal elencado nesse trabalho. Essas Fontes são
provenientes de arquivos públicos, sites especializados, livros e revistas científicas e
documentos específicos correlacionados com a pesquisa.