O Funcultura Audiovisual: uma análise etnográfica da infraestrutura de produção
Antropologia Visual; Etnografia; Funcultura Audiovisual; Cinema; Cinema em Pernambuco
A pesquisa investiga a infraestrutura de produção audiovisual em Pernambuco a partir do Funcultura
Audiovisual, um edital público (Lei de Incentivo à Cultura), e o acesso à linha de incentivo à produção cinematográfica
de curtas documentais. A tese parte da conceituação de Brian Larkin (2013) sobre as infraestruturas como “construções
de redes que facilitam a circulação de bens, pessoas ou ideias e permitem suas trocas com o espaço” (2013, p. 328). Elas
não são apenas algumas ferramentas tecnológicas; são mais que isso. Elas envolvem redes sociais estabelecidas entre
humanos e não humanos, criando uma circulação de saberes. O objetivo é avaliar desde o processo com o edital, a
burocracia estatal até a concretização do produto final, ou seja, os filmes produzidos; investigando como a dimensão
imagética está diretamente interligada a um conjunto técnico, tecnológico e burocrático, com o qual os atores humanos
interagem. O campo da pesquisa é o “cinema pernambucano”. O Funcultura Audiovisual é parte importante da
infraestrutura de produção local, mas ele possui seus limites financeiros, de abrangência e de concepção, que
frequentemente são revistos em prol das correções de deturpações. Apresentamos ainda como parte fundamental da
pesquisa um curta-metragem documental, intitulado “O Programador”, sobre a trajetória do programador do Cinema São
Luiz e Teatro do Parque Geraldo Pinho. Por meio do filme e dos relatos etnográficos, analisamos as diversas etapas de
realização de um filme por meio do edital do Funcultura Audiovisual.