Banca de QUALIFICAÇÃO: JULIANA FREITAS FERREIRA LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANA FREITAS FERREIRA LIMA
DATA : 03/07/2025
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

NO RASTRO DO PITITI - Paisagem cultural, objetos de arte e fruicoes nativas na Serra do Catimbau


PALAVRAS-CHAVES:

paisagem cultural; objetos de arte; povo Kapinawá; Serra do Catimbau.


PÁGINAS: 154
RESUMO:

O campo da antropologia tem cada vez mais reconhecido a importância das artes não-ocidentais para a compreensão das diversas
sociedades. Nesse contexto, a arte indígena ganha destaque, explorando desde a agência de objetos até a intrincada relação corpo-ambiente. Nesta
tese, investigamos as manifestações artístico-culturais na Serra do Catimbau, em Pernambuco, a partir de uma abordagem etnocartográfica. Nosso
foco está no contexto ambiental e político, na arte rupestre e nas expressões visuais contemporâneas, sempre sob a ótica das fruições nativas. A Serra
do Catimbau é um complexo paisagístico de grande relevância, não apenas por sua biodiversidade e qualidades cênicas, mas também pelo seu rico
patrimônio arqueológico. Situada entre o agreste e o sertão pernambucano, a Serra do Catimbau abriga sítios arqueológicos com vestígios que datam
de 6 mil a 800 anos A.P. Esse acervo diversificado é um testemunho da ocupação pré-colonial, bem como é fundamental para entender as distintas
relações socioculturais na atualidade. A partir dos contatos interétnicos e intercâmbios culturais, emergem narrativas sobre o patrimônio cultural
materializado na arte rupestre e nas manifestações artísticas indígenas. As cosmologias expressas no cenário da Serra do Catimbau são fundamentadas
por laços histórico-culturais e representam testemunhos da pré-colonialidade e migrações de distintos grupos no período colonial.
A análise antropológica presente nesta tese compreende a complexa paisagem da Serra do Catimbau enquanto agente dos contatos interétnicos, os
quais moldaram e continuam a moldar uma cosmovisão distintiva. A Serra do Catimbau compreende a Terra Indígena Kapinawá, o Parque Nacional
do Catimbau e, coabitando o entorno dessas delimitações jurídicas, comunidades agricultoras e quilombolas, além de algumas grandes propriedades.
É neste território que a etnografia se insere, adotando uma compreensão de paisagem cultural para efetuar imersões que identifiquem os atributos do
pensamento nativo e a fruição artístico-artesanal dos agrupamentos e agentes sociais envolvidos em um potencial patrimônio integral. Busca-se nesta
tese analisar a arte como um bem cultural de suma relevância para a antropologia da arte, esta tese se debruça sobre sua contextualização
socioambiental e as expressões visuais do passado pré-colonial, reconhecendo-as como referências significativas para os grupos sociais
contemporâneos. A etnografia resultante desta imersão no território revela como as narrativas nativas manifestam modos de ler o mundo, ativando a
escuta e inferindo a relação corpo-ambiente para a compreensão dos objetos de arte. Mais do que isso, é uma discussão sobre tomada de posição,
resistência e memória, elementos que implicam diretamente em processos identitários, território e ancestralidade.

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2266944 - ALEX GIULIANO VAILATI
Interna - 1938872 - LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
Presidente - 1311347 - RENATO AMRAM ATHIAS
Notícia cadastrada em: 02/07/2025 10:16
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