EVOLUÇÃO ESPAÇO TEMPORAL DA OCUPAÇÃO NA ZONA COSTEIRA NO PERIODO 2006-2023 E SUA IMPLICAÇÃO NA ÁREA NÃO EDIFICANTE DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DA COROA GRANDE, PE-BRASIL.
Linha de Construção; Geotecnologias; Área não Edificante.
A praia de São José da Coroa Grande está localizada a 123 km da capital Recife, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, limite com o Estado de Alagoas, e tem sido objeto de interesse crescente, devido às mudanças significativas observadas na zona costeira ao longo faça o ritmo. O presente estudo teve como objetivo investigar e comparar a evolução temporal da linha de construção na zona costeira do município, nos períodos de 2006, 2014, 2018, 2022 e 2023, com ênfase na análise da Área não Edificante a fim de mitigar os impactos naturais e antrópicos. que a afeta; característica de uma combinação complexa de processos antrópicos e naturais. Para o monitoramento da evolução temporal da linha de construção foram utilizadas imagens de satélites de diferentes décadas, do ano de 2006, 2018 e 2022, obtidas por meio da plataforma Google Earth pro, georreferenciadas no Datum SIRGAS 2000; e imagens de VANT para a redução da linha de costa do ano de 2023, perfazendo um levantamento de 18 anos. Foi estabelecida como linha construção as infraestruturas urbanas situadas mais próximas da linha de costa. O ano de 2006 foi utilizado como referência para os cálculos dos demais períodos, utilizando-se do Sistema Digital de Análise do Litoral (DSAS) presente no software ArcGIS 10.1, desenvolvido pela USGS. A área de estudo foi dividida em três setores, sendo ao sul do Setor 1; Setor 2, ao centro e Setor 3, ao norte, bem como, foram realizados 3 perfis topográficos, durante a mará baixa de sizígia, um perfil em cada setor. Foi utilizado equipamento GNSS-RTK (Global Navigation Sistema de Satélite - Cinemática em Tempo Real ) CHCNAV e o software Landstar . A técnica consiste no posicionamento RTK (Cinemática em Tempo Real), para fornecer coordenadas (x, y) e o valor da altitude (z), com alta precisão, na faixa de centímetros. O ponto inicial foi obtido utilizando a técnica de posicionamento relativo estático, enquanto os perfis topográficos foram levantados por meio da técnica de posicionamento relativo dinâmico com uma taxa de registro de 20 Hz. Os resultados foram referenciados ao zero hidrográfico do Porto de Suape. Para o projeto de área não edificante, foi utilizado pesquisa de Hellermeier (1981), para o fechamento do perfil. Para o estabelecimento da Área não Edificante, levou-se em conta os impactos decorrentes do aumento do nível do mar, e a aplicação dos princípios da lei de Bruun (1962). Em relação ao deslocamento da linha de construção foram observados os dados estatísticos como, médio, máximo e mínimo e o desvio padrão. O Setor 1, tem aproximadamente 1.851,52; esse setor reflete a interferência antrópica, com construções próximas à linha de costa e maior alteração no ecossistema costeiro, vem apresentando um crescimento de construções de veraneio ao longo dos anos. Os valores de deslocamento de 2006 -2014, variaram entre um mínimo de -2,93m e um máximo de 11,99m, no período de 2006-2018, o valor máximo foi de 7,29m, enquanto o valor mínimo chegou a -5 ,40m; No período de 2006-2022, o setor apresentou uma grande transformação, com o valor máximo de 101,00m. O setor 2, tem aproximadamente 2.022,71m, caracterizado pela transição entre áreas urbanas e distritos menos povoados; os valores distribuídos máximo e mínimo foram 10,82 e -7,07. De 2006-2018, houve uma redução no valor máximo para 8,20 e no mínimo para -4,45. Para o período 2006-2022, o setor apresentou um valor máximo de 5,29 e mínimo de -2,34. O Setor 3 tem aproximadamente 1.801,08m, de extensão. Demonstrou para o período 2006-2014 o valor mínimo de -11,09m e um máximo de 13,49m. No período 2006-2018, os valores foram
de 2,91m a 12,95m; de 2006-2022, atingida -4,97m a 5,05m. As médias foram observadas no maior Setor 1, nos valores de 4,19; 2,05 e 2,99 milhões, respectivamente para os anos de 2006-2014; 2018 e 2022. As menores médias foram nos setores 2 e 3, entre 0,65m (Setor 3) e 1,18-1,21m (Setor 2). Os perfis topográficos apresentaram uma grande variação morfológica, sendo o Setor 3, o de menor extensão, bem como, obtiveram um maior rebaixamento na região do estirâncio médio e inferior. Os dados obtidos para a área não edificante foram observados os valores para a estimativa de recuo da linha de construção, de acordo com os cálculos obtidos pela investigação de Brum, utilizando os dados do relatório IPCC de 2013: para o setor 1 , cenário 2.6 e 8.5, para o ano de 2050, foi apresentado um deslocamento de 15,84m e 18,00m respectivamente, e para o ano de 2100, cenário 2.6 e 8,5, um deslocamento de 31,68m e 53,28m. Para o setor 2 , cenário 2.6 e 8.5, para o ano de 2050, foi apresentado um deslocamento de 16.47me 18,71m respectivamente, e para o ano de 2100, cenário 2.6 e 8.5, um deslocamento de 32,93m e 55.39 m. Para o setor 3 , cenário 2.6 e 8.5, para o ano de 2050, foi apresentado uma deslocamento de 15,84m e 18,00m respectivamente, e para o ano de 2100, cenário 2.6 e 8.5, uma posição de 31,68m e 33,28m.
PALAVRAS-CHAVE:Zona Costeira; Linha de Construção; Geotecnologias; Área não Edificante.