A sociolinguística construindo uma escola integrada e democrática: a variação linguística da sala de aula ao museu nas aulas de língua portuguesa no ensino médio
consciência sociolinguística; diversidade linguística; educação inclusiva; Museu Paço do Frevo; pesquisa-ação.
A consciência sociolinguística é a compreensão de que a língua varia conforme contexto social, regional e cultural. Ela é essencial no ensino de língua portuguesa para valorizar a diversidade linguística, combater preconceitos e preparar os alunos para se comunicarem de forma adequada em diferentes situações. Assim, o aprendizado torna-se mais significativo e inclusivo. Por isso, além de discuti-la teoricamente, essa pesquisa vinculada ao PROFLETRAS/UFPE apresenta em sua estrutura uma sequência didática detalhada, composta por atividades que visam promover a consciência sociolinguística e a valorização da diversidade linguística e cultural entre os estudantes do 1º ano do Ensino Médio. A proposta apresentada integra práticas pedagógicas inovadoras, como a visita ao Museu Paço do Frevo, em Recife, e a produção de materiais criativos, como zines e curtas-metragens, que exploram a identidade linguística e cultural dos alunos. Assim, as atividades são organizadas em módulos que incluem planejamento, execução, registro e reflexão, com foco no desenvolvimento de competências comunicativas e na percepção crítica das variações linguísticas. A fundamentação teórica do projeto está ancorada em estudos sociolinguísticos, como os de Labov (1972), que destacam a importância da variação linguística como reflexo da diversidade cultural e social. Além disso, abordagens transdisciplinares, conforme proposto por Luciano (2019;2024), são incorporadas para integrar perspectivas artísticas, históricas e culturais ao ensino de língua portuguesa. A pesquisa também dialoga com os conceitos de multiletramentos (Rojo, 2012) e letramentos sociais (Street, 2014), que enfatizam a necessidade de práticas pedagógicas que valorizem a pluralidade cultural e linguística, promovendo uma educação crítica e transformadora. A metodologia adotada é a pesquisa-ação, baseada em Thiollent (1992), que combina investigação científica com intervenção prática, envolvendo os estudantes de forma ativa no processo de aprendizagem. O produto final dessa pesquisa será um Guia de Pernambucanidades Linguísticas, destinado a professores de língua portuguesa, com sequências didáticas que integram teoria e prática, promovendo uma educação mais inclusiva e consciente da diversidade cultural e linguística. O guia busca oferecer ferramentas pedagógicas que incentivem a reflexão crítica e a valorização das múltiplas identidades presentes no contexto escolar, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, especialmente no que se refere à educação de qualidade (ODS 4) e à redução das desigualdades (ODS 10).