FULNI-O: musica, decolonialidade e identidade
Decolonialidade; Fulni-ô; identidade; música; tradição oral.
Os Fulni-ô constituem um dos povos indígenas em Pernambuco mantêm vivas suas formas
próprias de existência e expressões culturais. Seus conhecimentos circulam prioritariamente por
meio da oralidade, pela qual mitos, narrativas e saberes são compartilhados entre as gerações.
A música ocupa um papel central nesse contexto, atuando como forma de expressão identitária
e revelando a complexidade de sua herança cultural, frequentemente associada a práticas
espirituais e cerimoniais. Tais manifestações reforçam vínculos com o território e com os
conhecimentos originários. No âmbito das discussões decoloniais, os Fulni-ô, assim como
outros indígenas, assumem o protagonismo em processos de resistência às imposições
coloniais, reafirmando suas cosmovisões, línguas e modos próprios de viver. Essa postura
integra um movimento mais amplo de afirmação das culturas indígenas, que confronta
narrativas hegemônicas e sustenta a luta pela autodeterminação. A efetivação de direitos e a
reivindicação por territórios tradicionalmente ocupados são dimensões cruciais para a
continuidade de suas práticas socioculturais. A decolonialidade, nesse panorama, emerge como
resposta crítica às estruturas de poder coloniais, propondo a valorização das diferenças e o
reconhecimento de epistemologias plurais. O reconhecimento das diversas formas de ser e saber
cultivadas pelos povos indígenas é fundamental para a construção de uma convivência mais
equitativa e diversa. Assim, a afirmação da identidade Fulni-ô, sustentada pela oralidade e pela
música, representa não apenas uma forma de resistência, mas também uma potência cultural no
cenário Pernambucano e no Brasil contemporâneo.