DEVIRES-CRIANÇA EM CONEXÃO: EXPERIÊNCIAS DE ARTES VISUAIS EM UM QUINTAL-ATELIÊ
Artes Visuais; Devir-criança; Experiência; Ensino/Aprendizagem; Transtorno
do déficit de natureza.
Esta dissertação questiona sobre como desenvolver experiências de ensino/aprendizagem em
Artes Visuais com crianças em um quintal-ateliê a fim de consolidar aprendizagens conectadas
com a teia da vida planetária. Esse questionamento gerou o objetivo geral de investigar a criação
de experiências de ensino/aprendizagem em Artes Visuais com crianças em um ambiente de
quintal-ateliê para a consolidação de aprendizagens conectadas com a teia da vida
planetária. Para alcançar esse objetivo geral, delineou os seguintes objetivos específicos:
revisitar as noções de experiência; relacionar as experiências do ter e ser natureza na teia da
vida; apresentar o conceito de transtorno do déficit de natureza; caracterizar as infâncias e
crianças do século XXI que participaram do quintal-ateliê investigado; descrever o processo de
criação de experiências de ensino/aprendizagem em Artes Visuais com as crianças participantes
do quintal-ateliê investigado. A opção metodológica compreende o percurso realizado como uma
Investigação Baseada em Artes (IBA), fundamentada no enfoque construcionista e o
entendimento de que os caminhos percorridos não precederam a investigação, assim como a
investigadora também se constituiu nesse percurso junto com as crianças participantes do quintal-
ateliê. A fundamentação teórica se apoia no campo de estudo da Cultura Visual com autores
como Borre Nunes (2010), Cunha (2010) Nascimento (2010, 2013), Sardelich (2006, 2019), além
das noções de: experiência, de Dewey (2010) e Larossa (2002); transtorno do déficit de natureza,
de Louv (2016); o bem viver, de Krenak (2020) e o acontecer artístico de Esbell (2018). As
experiências de ensino/aprendizagem em Artes Visuais se desenvolvem na conexão dos devires-
criança, diferentes temporalidades que criam em comunhão, na solidariedade dos existires, na
cooperação simbiótica dos corpos. Diferentes temporalidades que olham para o movimento, o
imprevisto, que vêem a singularidade à espera da atribuição de sentido, de ser significada.
Devires-criança conectados em devires-artista que expõem pistas de seus existires em movimento
nas visualidades que oferecem. Uma conexão que se permita o tempo necessário para olhar,
escutar, sentir, esperar, cultivar a atenção e a gentileza para o bem-viver de corpos vivos em terra
viva, que promova a oportunidade e a liberdade para que devires-criança e devires-artista
exerçam suas escolhas a partir das opções oferecidas e as pistas que esses devires oferecem.