Nanocompósitos de MIL-100(Fe)/Óxido de Grafeno como catalisadores para produção de hidrogênio via
hidrólise do borohidreto de sódio.
materiais carbonáceos; redes metalorgânicas; compósitos; NaBH4; catálise; hidrogênio.
O hidrogênio desponta como vetor energético fundamental na transição para uma economia de
baixo carbono. Contudo, sua aplicação em larga escala ainda depende do desenvolvimento de
métodos mais econômicos e eficientes de armazenamento e transporte. Nesse contexto,
carreadores químicos, como o borohidreto de sódio (NaBH₄), têm se destacado por seu elevado
teor de hidrogênio, cuja liberação ocorre via hidrólise na presença de catalisadores adequados.
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver e caracterizar catalisadores baseados em
nanocompósitos da rede metalorgânica MIL-100(Fe) com derivados de grafeno, visando à
produção de hidrogênio a partir da hidrólise do NaBH₄. Os nanocompósitos foram sintetizados
por rotas solvotérmica e hidrotérmica, utilizando óxido de grafeno obtido pelo método de
Hummers modificado (GH) e a partir de resíduos de bagaço de cana-de-açúcar (GC).
Adicionalmente, o GH foi funcionalizado com (3-aminopropil)trietoxisilano (APTES),
originando o material GH-A. Todos os materiais produzidos foram caracterizados por DRX,
FTIR, MEV-EDS, TGA, Raman e BET. Os resultados confirmaram a obtenção do óxido de
grafeno por ambas as rotas propostas, bem como o sucesso da funcionalização com APTES e a
formação dos nanocompósitos desejados. Entre os materiais obtidos, o nanocompósito MH
GH10, obtido pela rota hidrotérmica, utilizando 10% de GH, apresentou área superficial de
855,4 m² g⁻¹ com volume de poro de 0,4701 cm³ g⁻¹, além de excelente desempenho catalítico,
tais como energia de ativação de apenas 10,25 kJ mol⁻¹ e rendimento máximo de 76,9% a 67
°C. Na produção de hidrogênio, alcançou taxas de geração de hidrogênio (HGR) de 136,82 mL
min-1 g -1 a 27 ºC, 169,68 mL min-1 g -1 a 47 ºC, e 222,22 mL min-1 g -1 a 67 ºC, com um rendimento
máximo de 76,92% a 67 ºC. Adicionalmente, esta amostra manteve 90,9% de eficiência após
sete ciclos de reutilização. Os resultados demonstram que tanto a rota de síntese quanto a origem
do GO influenciam significativamente a atividade catalítica dos materiais. O GH, exibiu maior
grau de funcionalização e oxigenação, o que promoveu uma interação mais eficiente com a
estrutura da MOF MIL-100(Fe), resultando em maior estabilidade e eficiência catalítica em
comparação ao GC. Assim, conclui-se que a utilização de rotas de síntese sustentáveis, aliada
ao emprego do GO derivado do método de Hummers, representa uma abordagem promissora
para o desenvolvimento de catalisadores eficientes para a geração de hidrogênio, contribuindo
para o avanço de tecnologias baseadas em fontes renováveis de energia.