ENSAIOS METABONÔMICOS E QUIMIOMÉTRICOS NA AVALIAÇÃO DE DOENÇAS RENAL E HEPÁTICA
Aprendizado de Máquina; Lesão Renal Aguda; Nefrite Lúpica, Schistosoma mansoni.
A metabonômica é uma ciência ômica que analisa o funcionamento e as alterações
biológicas de células, tecidos e organismos, permitindo avaliar a resposta metabólica
a estímulos biológicos ou manipulação genética e traduzindo conjuntos complexos de
dados em informações relevantes. Considerando que rins e fígado exercem papel
central na homeostase, participando ativamente da eliminação de substâncias tóxicas
e sendo frequentemente afetados por doenças de alta incidência, este trabalho
desenvolveu modelos metabonômicos e quimiométricos para o diagnóstico e
estadiamento de doenças renais e hepáticas. Foram analisados espectros de RMN
de amostras de urina de bebês prematuros com e sem lesão renal aguda (LRA) e de
pacientes com nefrite lúpica (NL), utilizando Regressão Logística (LR), Análise
Discriminante Linear (LDA) e Máquina de Vetores de Suporte (SVM). Nos dados de
LRA, o modelo SVM apresentou 100% de valor preditivo positivo (VPP), 71,40% de
sensibilidade, 100% de especificidade e 85% de exatidão, enquanto para NL o modelo
SFS-LR-LR obteve os melhores resultados de VPP, sensibilidade, especificidade e
exatidão, 85,7%, 100%, 85,7% e 92,3%, respectivamente. Nos dados de
esquistossomose, cinco biomarcadores séricos discriminaram fibrose periportal leve
e avançada em 184 pacientes, com o modelo de árvore de decisão apresentando
exatidão de 86%, VPP de 96%, sensibilidade de 75% e especificidade de 96%,
destacando o número de plaquetas como variável de maior peso. Os resultados
demonstram que a metabonômica, aliada a métodos quimiométricos e aprendizado
de máquina, permite investigar sistemas complexos de forma minimamente invasiva,
oferecendo ferramentas promissoras para diagnóstico e estadiamento de doenças
renais e hepáticas, mesmo em contextos de recursos limitados.