Espectroscopias no infravermelho e Raman intensificadas por superfície na análise de substâncias químicas de interesse no controle de qualidade de alimentos.
imazalil; nanopartículas de prata; infravermelho médio; reflectância;
SEIRA.
A detecção de resíduos de substâncias potencialmente tóxicas é uma questão
importante tanto para os órgãos reguladores alimentares quanto para a população.
Sendo especialmente relevante porque muitos contaminantes de origem agrícola,
como pesticidas, são frequentemente usados de forma excessiva no cultivo de
alimentos. De tal forma que o acúmulo desses resíduos pode causar danos severos
a saúde humana, por isso faz-se necessário controlar sua presença nos alimentos e
em corpos aquáticos. Atualmente, a detecção desses contaminantes é feita
principalmente por técnicas cromatográficas e espectroscopia atômica. Embora
essas técnicas sejam muito sensíveis e consigam detectar concentrações em partes
por milhão (ppm) e partes por bilhão (ppb), elas são destrutivas e demandam
preparo de amostra complexos. Como alternativa, a espectroscopia no infravermelho
intensificada por superfície (SEIRA) tem mostrado resultados promissores, como
uma técnica não destrutiva e que requer um preparo mínimo das amostras,
comparado às técnicas tradicionais. No presente trabalho, foi estudada a aplicação
da SEIRA para detectar o pesticida imazalil, considerando as condições do substrato
e a viabilidade experimental, no qual investigou-se concentrações de imazalil
variando de 0,1 a 10 μg/kg utilizando substratos SEIRA formados por nanopartículas
de prata estabilizadas com polivinilpirrolidona (PVP). Para isso, filmes das soluções
coloidais foram formados em cristal de ATR e em papel alumínio e as medidas
SEIRA foram realizadas espectrômetro de infravermelho por transformada de
Fourier com acessório de reflectância atenuada (FTIR-ATR). A metodologia
desenvolvida mostrou-se eficaz na detecção de imazalil por SEIRA, com fator de
intensificação (EF) de até 60 vezes maior que o sinal analítico convencional de
imazalil na região do infravermelho médio (MIR). Os resultados indicam que uso de
SEIRA para detecção de imazalil é promissora e sugerem que futuras investigações
se concentrem em aprimorar a interação do substrato com o analito.