Nanoparticulas de carbono como inibidores da tirosinase:
sintese, caracterizacao, interacao proteica e estudo de permeacao
Nanopartículas de carbono; Tirosinase; Melasma; Interação proteica;
Permeação cutânea.
O melasma é uma desordem hiperpigmentar crônica associada à superprodução de
melanina pela enzima tirosinase, cuja inibição representa uma estratégia terapêutica
promissora no manejo dessa condição. Neste estudo, foram sintetizadas e
caracterizadas três diferentes nanopartículas de carbono (carbon dots – CDs),
dopadas com diferentes metais, com o objetivo de avaliar seu potencial como
inibidores da tirosinase. As nanopartículas foram obtidas a partir de albumina de soro
bovino e caracterizadas por espectroscopias UV-Vis e FTIR, confirmando a presença
de grupos funcionais oxigenados e nitrogenados relevantes para interações
biomoleculares. Resultados prévios demonstraram que os MnCdots exibiram os
menores valores de IC₅₀ e Kᵢ na avaliação da atividade inibitória enzimática,
evidenciando desempenho superior ao de clareadores tradicionais, como o ácido
kójico. Neste estudo, a análise por supressão de fluorescência revelou interação do
tipo supressão estática entre tirosinase e MnCdots, com formação de complexo
estável e perfil termodinâmico compatível com interações eletrostáticas e ligações
direcionais. Estudos de permeação cutânea in vitro em pele de porco demonstraram
que os CDs alcançaram a camada basal da epiderme, local de atuação dos
melanócitos, sem transposição para a derme, sugerindo perfil de ação tópica
localizada e segura. Os dados obtidos evidenciam que os MnCdots são candidatos
promissores para aplicação em formulações dermatológicas no tratamento de
desordens pigmentares como o melasma.