Banca de DEFESA: JULIO CESAR DE MELO SIMOES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIO CESAR DE MELO SIMOES
DATA : 16/06/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto Aggeu Magalhães - FIOCRUZ
TÍTULO:

 

Caracterização termodinâmica da resposta imune humoral contra a proteína do envelope do vírus da Dengue.


PALAVRAS-CHAVES:

Vírus da Dengue, evasão imune humoral, energia livre de Gibbs.


PÁGINAS: 161
RESUMO:

Evasão imune é o fenômeno pelo qual um patógeno passa a escapar das tentativas do sistema
imune do hospedeiro de combatê-lo, geralmente por acúmulo de mutações genéticas. A evasão
imune humoral pode ser modelada quimicamente como um sistema de interações proteína a
proteína (anticorpo-antígeno), no qual alterações no antígeno nativo podem levar ao
desligamento do complexo. Variações de duas ordens de grandeza na constante de dissociação
do complexo mutante em relação ao nativo, correspondentes a aumentos de energia livre de
Gibbs (∆∆G) de 2,84 kcal/mol, são suficientes para levar à evasão. A Dengue é a mais
importante doença viral transmitida por mosquitos, causada por um flavivírus de RNA (DENV)
com quatro sorotipos distintos. O paradigma fisiopatológico vigente afirma que não há evasão
imune por sorotipo (um paciente pode contrair cada sorotipo de DENV apenas uma vez).
Porém, a situação epidemiológica de 2024 (aumento desproporcional de incidência ao curto
intervalo) e evidências da possibilidade de evasão imune na Dengue, podem apontar o contrário,
motivo deste trabalho. A hipótese principal foi de que o acúmulo de mutações na proteína mais
antigênica do sorotipo 2 de DENV, a proteína do envelope (E), pode provocar evasão imune
humoral. Tendo em vista o alto volume de dados e a necessidade de cálculos rápidos, comum
em problemas biológicos, tal hipótese foi testada por três metodologias computacionais
distintas, duas com cálculo por métodos físicos (Rosetta Flex ddG e FoldX), e uma por
algoritmo de aprendizagem de máquinas (PBEE). Comparamos o ∆∆G de interação da proteína
E com anticorpos de mamíferos àquela entre os mesmos anticorpos e a proteínas E com
estrutura resolvida no PDB (cepas de 2010-2014) e mais recentes (2023-2034), obtidas em
parceria com a Rede Genômica da FIOCRUZ. Resultados encontrados pelos métodos físicos
corroboram a hipótese principal; os encontrados pelo PBEE corroboram a hipótese nula, e
apenas estes foram compatíveis com a determinação experimental de ∆∆G de complexos da
proteína E. Tais resultados não sugerem ocorrência de evasão imune nas cepas testadas até o
momento, achado positivo por apontar que as estratégias vacinais desenvolvidas e testadas
experimentalmente devem ter sua eficácia mantida por ora. O trabalho traz novidade
metodológica, dado o desenvolvimento de um novo protocolo de avaliação computacional
rápida de evasão imune humoral em vírus a partir de dados de sequenciamento de seu genoma.
Espera-se que este contribua para uma melhor compreensão da fisiopatologia e dinâmica viral,
permitindo o desenvolvimento de ferramentas de vigilância epidemiológicas mais robustas,
acuradas e preditivas, incluindo a previsão de eficácia vacinal frente a futuros surtos.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 3340257 - DENYS EWERTON DA SILVA SANTOS
Externa à Instituição - ISABELLE FREIRE TABOSA VIANA
Presidente - 1208272 - ROBERTO DIAS LINS NETO
Notícia cadastrada em: 02/06/2025 13:06
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