“MORAR NO IBURA É RESISTIR”: UMA ANÁLISE DA ESTRUTURA RACIALIZADA NA CONSTRUÇÃO DO BAIRRO
Racismo ambiental. Justiça socioambiental. Gênero. Ibura. Resistência comunitária.
Esta dissertação analisa como o racismo ambiental se manifesta na construção urbanística do bairro do Ibura, em Recife (PE), e de que forma essa estrutura potencializa a vulnerabilidade socioambiental das mulheres moradoras frente aos eventos climáticos extremos. O estudo adota uma abordagem qualitativa, fundamentada no materialismo histórico e dialético, com base em análise documental e dados secundários. O recorte temporal centra-se no desastre do Monte Verde, ocorrido em 2022, marco revelador das desigualdades territoriais e da insuficiência das políticas públicas voltadas à mitigação de riscos. A pesquisa examina a atuação do poder público, as práticas de resistência comunitária — especialmente o projeto Mãos de Milagre — e as estratégias desenvolvidas pelas mulheres na construção de alternativas de cuidado, sustentabilidade e solidariedade. Os resultados poderam evidenciar se o racismo ambiental no Ibura é expressão de um modelo urbano excludente e racializado, no qual as mulheres periféricas emergem como protagonistas de resistência e agentes de transformação social.