Estudo de paleomigrações regionais pelas Américas a partir da análise de linhagens mitocondriais e de cromossomo Y do DNA antigo
Ancestralidade; Bioinformática; Cromossomo Y; DNA mitocondrial; Genômica; Linhagens do Cromossomo Y; Linhagens Mitocondriais; Migrações; Povoamento da América
Este trabalho apresenta um estudo arqueogenético de marcadores
uniparentais como as linhagens mitocondriais e do cromossomo Y dos
povos nativos da América do Sul, Central e Norte, a partir da análise de
amostras obtidas de 224 indivíduos da Argentina, Belize, Brasil, Canadá,
Chile, Estados Unidos da América (EUA), Groenlândia, México e Peru,
datadas a partir de 12.722 até entre 427-134 anos AP. As amostras foram
analisadas com uso de técnicas de programação em Python e R, e
programas da bioinformática como o BCFtools. As relações entre os
indivíduos foi obtida de acordo com a classificação estabelecida pela
ferramenta Haplogrep 3, para linhagens mitocondriais e Y-Lineage Tracker,
para linhagens do cromossomo Y, esses programas classificam os
indivíduos em seus respectivos haplogrupos, conforme seus marcadores
genéticos específicos. Foi possível observar a presença e estabelecer a
frequência dos haplogrupos mitocondriais esperados para indivíduos
nativo-americanos A, B, C, D e X, além dos não esperados H, L, M, N, R e U.
Enquanto os haplogrupos esperados e encontrados para o cromossomo Y
são C, K, P, Q e R, sendo possível também encontrar linhagens inesperadas
como B, BT, CT, E, G, I J, N e a linhagem ligada a denisovanos A0000. A
relação entre a espacialidade, derivação dos haplogrupos e possíveis rotas
migratórias de acordo com a cronologia foi disposta em fluxogramas de
dispersão. A comparação deu-se ao longo dos resultados, mostrando que
alguns haplogrupos podem ser observados em períodos pré e
pós-contato, enquanto outros apenas pós-contato.