Tecnologia e ambiente: o perfil técnico da cerâmica tupiguarani dos sítios arqueológicos Iguaçu e PE-13 em Igarassu, Litoral Norte de Pernambuco
Técnica; Tecnologia; Cerâmica; Tupiguarani; Padrão de assentamento.
O estudo das técnicas e tecnologias na Arqueologia é fundamental para a
compreensão das sociedades passadas, permitindo análises detalhadas
dos vestígios materiais e ampliando as possibilidades de interpretação e
preservação do patrimônio arqueológico. Essas abordagens aplicadas aos
estudos dos materiais cerâmicos têm possibilitado novas perspectivas
sobre aspectos culturais, econômicos e ambientais de populações antigas,
integrando conhecimentos interdisciplinares e fortalecendo a Arqueologia
como ciência. Pesquisas arqueológicas desenvolvidas no litoral norte de
Pernambuco destacam grande quantidade de sítios com a presença de
cerâmicas indígenas, entre eles, os sítios o PE-13 presente em ambiente
estuário, com geomorfologia de terraço marinho (restinga), e o sítio
Iguaçu, localizado em um contexto geomorfológico de tabuleiros
dissecados. Comparando os materiais cerâmicos e o contexto ambiental
desses sítios, levanta-se as questões se os grupos que ocuparam esses
sítios possuíam a mesma forma de produzir a cerâmica e se o ambiente
influencia nesse processo de produção. O objetivo deste trabalho é o
estudo da tecnologia dos sítios PE-13 e Iguaçu, caracterizar o perfil
técnico cerâmico e verificar se existem formas distintas de produção que
poderiam atender as diferentes necessidades dos grupos. O perfil
cerâmico foi definido a partir da análise dos elementos técnicos,
morfológicos, funcionais e do design, comparando-se, os dados
bibliográficos do contexto arqueológico com o ambiente e a tecnologia da
cerâmica. A identificação do perfil técnico cerâmico desses sítios permitiu
compreender as escolhas culturais e práticas dos grupos envolvidos.
Identificamos a possibilidade de serem grupos distintos, tanto
espacialmente quanto cronologicamente, considerando as diferenças
tecnológicas entre os dois perfis cerâmicos que abrangem diferentes
formas e usos, bem como diferentes técnicas decorativas. Isso contribuiu
para o entendimento da subsistência desses grupos e a sua dinâmica de
ocupação no litoral norte pernambucano.