A GESTÃO DE ACERVOS ARQUEOLÓGICOS EM INSTITUIÇÕES DE GUARDA E PESQUISA UNIVERSITÁRIAS: Uma metodologia de gestão de riscos para a conservação de bens arqueológicos móveis
Instituições de guarda e pesquisa universitárias. Metodologia de gestão de riscos. O método ABC – The ABC Method. Diagnóstico de conservação.
A maioria das reservas técnicas dedicadas à salvaguarda das coleções ar-
queológicas no Brasil enfrenta grandes desafios ao realizar suas ativida-
des. Em geral, devido à intensa quantidade de artefatos recebidos, de-
correntes principalmente da prática da arqueologia preventiva no país.
Essas instituições trabalham no limite da desproporção entre a entrada
de materiais e as condições de armazenamento sustentável. Muitos ves-
tígios arqueológicos também entram nas instituições de guarda e pesqui-
sa (IGPs) universitárias sem passar por procedimentos de análise deta-
lhados, muitas vezes sem contextualização, ocasionando armazenamen-
tos por longos períodos sem serem aproveitados cientificamente. A tese
tem como objetivo a elaboração de uma metodologia de análise e gestão
de riscos dedicada à conservação preventiva de bens arqueológicos mó-
veis, sob a tutela de IPGs universitárias brasileiras, tendo em vista a difu-
são de um procedimento próprio para tais espaços de salvaguarda. Para
tal, examina-se o cenário das abordagens metodológicas internacionais e
nacionais para a gestão de riscos relacionados à preservação dos bens
arqueológicos móveis e indaga-se que, embora exista um método consi-
derado adequado, o método ABC - The ABC Method, não há exemplos
práticos de sua aplicação em IGPs universitárias brasileiras. Desta forma,
o Laboratório de Arqueologia Biológica e Forense (LABIFOR), juntamente
com sua reserva técnica associada (RETEC-Org.), vinculado ao Departa-
mento de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
foi o estudo de caso desta investigação. Como resultado, foi identificada
a necessidade da elaboração de uma metodologia de gestão de risco
própria para as IGPs universitárias. Sendo assim, o estudo permitiu con-
cluir que, à grande quantidade de acervos acondicionados em reservas
técnicas universitárias e à ausência de um método de gestão de riscos,
prejudica a conservação das coleções arqueológicas.