ASSOCIAÇÃO ENTRE RISCO DE CARDIOTOXICIDADE E ACHADOS ELETROCARDIOGRÁFICOS NOS PACIENTES SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA COM ANTRACICLINA
cardiotoxicidade; antraciclina; eletrocardiograma; QTc; strain longitudinal global; GLS.
Introdução: O tratamento quimioterápico com antraciclina está associado a cardiotoxicidade. O ecocardiograma é uma ferramenta útil na detecção de injúria miocárdica precoce. O eletrocardiograma ainda não tem papel estabelecido neste cenário. Objetivo: Analisar a associação entre alterações eletrocardiográficas e desenvolvimento de cardiotoxicidade subclínica nos pacientes oncológicos submetidos a tratamento com antraciclina. Métodos: Coorte prospectiva de pacientes oncológicos tratados com antraciclina. Foram realizados ecocardiogramas transtorácicos com strain longitudinal global e eletrocardiograma antes do início do tratamento, aos 3 e 6 meses de seguimento para avaliar a presença ou não de cardiotoxicidade subclínica, definida por queda relativa do strain longitudinal global superior a 15% em relação a medida inicial em pelo menos um ecocardiograma. Foi aplicado teste exato de Fisher para avaliar essa associação. Resultados: Dos 33 pacientes incluídos (idade média = 49 ± 9,5 anos), 23 tinham câncer de mama. Oito (24,24%) apresentaram cardiotoxicidade subclínica. O QTc nas mulheres foi maior que o inicial aos 6 meses tanto por Bazett quanto por Fridericia (p = 0,011 e p =0,038, respectivamente). Houve associação, nas mulheres, entre QTc > 460ms (corrigido por Bazett) aos 3 meses e queda do strain longitudinal global >15% nesse período (p=0,043). Conclusão: A presença de QTc > 460ms aos 3 meses nas mulheres esteve associada a cardiotoxicidade subclínica.