Atividade sinérgica entre β-lapachona e agentes antimicrobianos frente a cepas de Acinetobacter baumannii multidroga-resistentes
Acinetobacter baumannii multidroga-resistente, β-lapachona, naftoquinonas. Tabuleiro de Xadrez. Sinergismo
Acinetobacter baumannii é um microrganismo oportunista associado às infecções nosocomiais. A. baumannii desenvolve inúmeras estratégias para resistir a ação dos antimicrobianos. Diante deste fato, o desenvolvimento de novos antimicrobianos bem como novas abordagens terapêuticas como àquelas obtidas através de associações sinérgicas de antimicrobianos são necessárias. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana do lapachol, β-lapachona e de cinco agentes antimicrobianos (ampicilina+sulbactam, cefepima, ciprofloxacino, gentamicina e meropenem), frente uma cepa ATCC Acinetobacter baumannii 19606 e 09 cepas de Acinetobacter baumannii multidroga-resistentes (MDR) (LFBM 01, LFBM 02, LFBM 06, LFBM 07, LFBM 09, LFBM 14, LFBM 15, LFBM 19 e LFBM 21). Numa segunda etapa foi avaliado o efeito das associações β-lapachona-antimicrobianos, realizada pelo método do tabuleiro de xadrez (Checkerboard). Os critérios utilizados para essa avaliação, foram definidos pelos valores do Índice de Concentração Inibitória Fracionada (ICFI). Dentre as naftoquinonas, a β-lapachona foi mais ativa (CIM 512 μg/mL). As cepas de Acinetobacter baumannii mostraram-se resistentes a maioria dos antimicrobianos avaliados, com valores de CIM que variaram de 2,0 a 128 μg/mL. As associações foram sinérgicas, em sua maioria, cujos valores de ICIF variaram de 0,06 a 0,53. As associações β-lapachona-antimicrobianos resultaram em uma redução até cinco vezes o valor da CIM destes últimos. Esse estudo demonstrou que a β-lapachona associada aos antimicrobianos, reverteu o perfil de resistência das cepas de Acinetobacter baumannii MDR.