Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNA THAYS SANTANA DE ARAUJO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRUNA THAYS SANTANA DE ARAUJO
DATA : 15/06/2022
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO, FUNÇÃO PULMONAR, FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM COVID LONGA


PALAVRAS-CHAVES:

COVID-19; tolerância ao exercício; fadiga; qualidade de vida; reabilitação; capacidade funcional; telerreabilitação


PÁGINAS: 107
RESUMO:

A COVID-19 tem ocasionado diversas repercussões na saúde dos pacientes acometidos pela doença. Os sinais e sintomas persistentes por mais de 12 semanas, como fadiga, dispneia, fraqueza muscular e redução da tolerância ao esforço, tem sido chamado de Síndrome pós COVID-19. Diante deste quadro, torna-se fundamental a inclusão destes indivíduos em um programa de reabilitação cardiopulmonar, visando restabelecer os achados clínico-funcionais. Os objetivos deste estudo foram elaborar um protocolo de treinamento aeróbico contínuo e resistido para pacientes recuperados da COVID-19, verificar os efeitos de um programa de reabilitação cardiopulmonar composto por treinamento aeróbico contínuo e resistido, na função pulmonar, força muscular respiratória, tolerância ao exercício máximo e submáximo, sensação de fadiga e qualidade de vida de pacientes pós COVID-19 e averiguar se a função pulmonar em pacientes pós COVID-19 pode ter influência na tolerância ao exercício e qualidade de vida, bem como se há maior presença de comorbidades e fraqueza muscular respiratória nos indivíduos com distúrbio ventilatório. As avaliações foram realizadas no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e as intervenções ocorreram no Ambulatório de Fisioterapia do Hospital das Clínicas (HC) de Pernambuco. Foram incluídos adultos de ambos os sexos com diagnóstico de COVID-19 comprovado por meio do Teste RT-PCR, que receberam alta hospitalar há pelo menos 15 dias antes da data de avaliação, na faixa etária entre 18 e 60 anos. Os pacientes passaram por uma avaliação antropométrica e realizaram a manovacuometria, espirometria, teste de esforço cardiopulmonar máximo (TECP), teste de caminhada de seis minutos (TC6), além de responderem aos questionários para avaliação da qualidade de vida, percepção de fadiga e mudança clínica. A análise dos dados foi realizada por meio do software Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA) e o software GraphPad 8.01 (LaJolla, EUA) foi usado para construção dos gráficos. O protocolo intitulado Telerehabilitation and face-to-face rehabilitation on tolerance to exercise and quality of life of COVID-19 survivors: a study protocol, foi publicado no periódico Research, Society and Development. No estudo quase experimental, 26 pacientes concluíram o protocolo de reabilitação cardiopulmonar, composto por treino aeróbico contínuo e resistido. Foi observado um aumento de 17,90% no pico de consumo de oxigênio (VO2pico) (19,31±4,60 vs 22,77±4,88; p <0,001) e de 28,11% no tempo para atingir o VO2pico (406,41±169,18 vs 520,67±73,37; p= 0,001). Houve também uma redução de 6,35% no equivalente ventilatório de gás carbônico (VE/VCO2slope) (34,49±4,91 vs 32,30±3,55; p= 0,002) ao término da intervenção. Além disso, foi observado um incremento na tolerância ao exercício submáximo, com aumento de 70,57 metros na distância percorrida no TC6 (419,47±119,72 vs 490,04±71,66; p= 0.001), bem como uma melhora na qualidade de vida e redução da sensação de fadiga após a intervenção. O estudo transversal avaliou 98 indivíduos que foram divididos em três grupos: sem distúrbio ventilatório (SDV), distúrbio ventilatório restritivo (DVR) e distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO). Os grupos apresentaram percentuais de força muscular respiratória dentro do previsto, entretanto, o grupo DVR mostrou melhores resultados de pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx) que os demais, mas sem diferença significativa. Os participantes com DVR e DVO apresentaram menor VO2pico e VO2 no primeiro limiar ventilatório (VO2LV1) que o grupo sem distúrbio. Ambos grupos também tiveram piores resultados no equivalente ventilatório de gás carbônico (VE/VCO2) e VE/VCO2slope. Os pacientes com distúrbio restritivo percorreram uma distância inferior aos demais, com diferença significativa entre os grupos SDV e DVR (p= 0.002). O grupo DVR obteve maiores valores em todos os domínios da qualidade de vida quando comparados aos demais grupos. Já os pacientes SDV tiveram pior qualidade de vida. De forma geral, o treino aeróbico contínuo de moderada intensidade juntamente ao treino resistido, mostraram-se seguros e eficazes para recuperação de pacientes pós COVID-19 nas variáveis estudadas. Além disso, foi observado que as alterações na função pulmonar após alta hospitalar por COVID-19 podem afetar a tolerância ao exercício máximo e submáximo dos pacientes, mas estes comprometimentos parecem não interferir diretamente nos domínios que abrangem a qualidade de vida desta amostra.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARCELO VELLOSO - UFMG
Presidente - 1132476 - ARMELE DE FATIMA DORNELAS DE ANDRADE
Externa ao Programa - 4315699 - MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR
Externo à Instituição - VICTOR RIBEIRO NEVES - UPE
Notícia cadastrada em: 06/06/2022 14:58
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