ESTUDANTES CEGOS INTERPRETANDO GRÁFICOS: RELAÇÕES ENTRE ASPECTOS VISUAIS E CONCEITUAIS E ADEQUAÇÕES PARA O ENSINO
Letramento estatístico; Interpretação de gráficos; Educação Inclusiva; Estudantes cegos; Ensino Fundamental
O objetivo geral deste projeto de qualificação de tese consiste em analisar se e como estudantes cegos estabelecem relações entre aspectos visuais e conceituais na interpretação de gráficos estatísticos, buscando identificar possíveis adequações para o letramento estatístico em sala de aula regular dos anos finais do Ensino Fundamental. Em termos específicos o projeto busca: Identificar e analisar tarefas relacionadas a gráficos com potencial para o estabelecimento de relações entre aspectos visuais e conceituais em livros didáticos dos anos finais do Ensino Fundamental, convencionais e adaptados; analisar como estudantes cegos interpretam gráficos com potencial para o estabelecimento de relações entre aspectos visuais e conceituais; Planejar com professores de matemática que lecionam em classes regulares com estudantes cegos, uma proposta pedagógica para a interpretação de gráficos que coloque em evidência relações entre aspectos visuais e conceituais de forma a contribuir com o letramento estatístico dos estudantes. A pesquisa de cunho qualitativo iniciou com uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) e mais três etapas, incluindo pesquisa documental e empírica, que ensejaram alcançar os três objetivos específicos. Diferentes participantes e instrumentos associados às particularidades dos procedimentos metodológicos foram utilizados nas três etapas da pesquisa. Na Etapa 1 realizou-se entrevista semiestruturada com um professor do Instituto Benjamim Constant (IBC) e mapeamento e análise de tarefas sobre gráficos em coleções de livros didáticos, em tinta e adaptados em Braille, dos anos finais. Na Etapa 2 identificou-se uma escola com estudante cego e realizou-se entrevista semiestruturada com a gestora escolar, sondagem com a profissional da sala de Atendimento Educacional Especializado e entrevista semiestruturada com o estudante cego, utilizando tarefas em potencial identificadas e analisadas na Etapa 1. Na Etapa 3 pretende-se promover grupo de discussão com professores de matemática que ensinam em sala de aula regular com estudantes cegos visando o planejamento de uma proposta pedagógica para a interpretação de gráficos que coloque em evidência relações entre aspectos visuais e conceituais de forma a contribuir com o letramento estatístico. A RSL indica escassez de pesquisas na região nordeste sobre o tema da inclusão e ainda que professores sentem-se despreparados para trabalhar com situações em sala de aula. Os resultados da Etapa 1 possibilitou a identificação de algumas tarefas sobre gráficos estatísticos para compor a entrevista com o estudante cego. Além disso, a entrevista com o professor do IBC agregou informações importantes para o trabalho com gráficos. A sondagem com a profissional da AEE na Etapa 2 foi crucial para a adaptação das tarefas, tornando-a acessível para o estudante entrevistado visto que o mesmo não domina o Braille. Elementos sobre a entrevista com o estudante cego estão em fase de análise e a Etapa 3 ainda precisa ser melhor estruturada.