ROTAÇÃO POR ESTAÇÃO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: POSSIBILIDADES E LIMITES PARA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Educação de Jovens e Adultos; Alfabetização Científica; Rotação por estação; Ensino de Ciências.
A educação de jovens e adultos (EJA) carrega consigo uma visão compensatória da educação. Consideramos ser importante para a EJA e outros níveis de ensino o estímulo ao desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC), pois através do trabalho de habilidades como o trabalho com dados, estruturação do pensamento e compreensão dos fatos há uma contribuição na construção de uma visão crítica da Ciência, Tecnologia e Sociedade. Paralelo a isso é importante considerar metodologias de ensino que possam favorecer a AC e que incluam as ferramentas tecnológicas, visto que é por meio da tecnologia que muitos dos conhecimentos científicos circulam, inclusive de forma distorcida. Com isso, as metodologias ativas pertencentes ao Ensino Híbrido (EH) se destacam, pois podem unir aos processos didático-metodológicos usuais, ações que dinamizam a participação dos estudantes com tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). Dentro das possibilidades, consideramos a Rotação por Estação (RPE) a metodologia que mais se adequa ao cenário brasileiro. Nesse sentido, a pesquisa buscou investigar como a RPE contribui para um ensino de Ciências na perspectiva do desenvolvimento da AC na EJA. Partindo disso, a pesquisa foi realizada numa escola do Recife, com uma Sequência didática criada em conjunto com o professor sobre a temática de Vacinação, composição do tecido sanguíneo e sistema imunológico. Com isso, a partir dos registros dos grupos nas estações, bem como da observação e gravação das interações discursivas, diagnosticamos percepções imaturas sobre a temática, com fortes influências de notícias falsas e com pouca presença de indicadores de AC, mas que no decorrer da vivência foram amadurecidos, nos permitindo identificar a AC em desenvolvimento a partir dos indicadores. Apesar disso, encontramos dificuldade com a turma da EJA no desenvolvimento da autonomia que a RPE favorece e é interessante para a AC, indicando a necessidade da realização de mais pesquisas sobre formas de utilizar e adaptar a metodologia para esse público com foco na AC.