PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: PEDRO HENRIQUE DE MELO TEIXEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PEDRO HENRIQUE DE MELO TEIXEIRA
DATA : 26/04/2022
HORA: 14:30
LOCAL: Online
TÍTULO:

A UBERIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE: RECONFIGURAÇÃO DAS CONDIÇÕES E RELAÇÕES DO TRABALHO MEDIADO POR PLATAFORMAS DIGITAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Uberização. Plataformização. COVID. Precarização do trabalho docente. Neoliberalismo.


PÁGINAS: 306
RESUMO:

A uberização do trabalho é um dos fenômenos recentes do processo contínuo de degradação da atividade produtiva, estimulada pela contradição capital x trabalho. Esse fenômeno é resultado de processos de reconfigurações na organização produtiva que levaram o mundo do trabalho a conhecerem formas mais flexíveis da atividade laboral, no intuito de eliminar os vínculos entre aqueles que vedem sua força de trabalho e aqueles que exploram essa força. Nessas novas modalidades de exploração, a tecnologia entra como componente fundamental para o aumento da efetividade da exploração da força de trabalho, como mostram os estudos de Hillman (2021),  Van Dijck (2018), Van Doorn (2021) e Zuboff (2015, 2020). As relações entre a exploração da força de trabalho e as tecnologias se dão desde que o capital subsumiu a maquinaria a seu favor (MARX, 2015), fazendo com que a tecnologia, que poderia libertar o ser humano do jugo do trabalho, aprofundasse ainda mais as relações de exploração do trabalho (MARX, 2014) o que fez colapsar as condições de dignidade humana no contexto do capital (ENGELS, 2010). No campo educacional, essas relações de exploração do trabalho com a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC`s) tornaram-se uma tendência ainda mais forte com o advento da uberização do trabalho (SLEE, 2017) e da inserção de formas uberizadas de exploração do trabalho docente a partir da mediação das plataformas digitais (SRNICEK, 2017), (VENCO, 2019), (HARVEY, 2020). Considerando esses informações históricas esta tese coloca como seu problema de pesquisa a seguinte questão: Quais são as tendências de reconfiguração do trabalho docente, no Brasil, mediado por plataformas digitais no contexto da uberização do trabalho? Desta feita, a pesquisa direcionou esforços para tentar responder ao objetivo de Analisar as tendências de precarização do trabalho docente mediado por plataformas digitais a partir do fenômeno da uberização do trabalho. O levantamento dos dados se deu pela pesquisa bibliográfica e documental, pela análise de redes sociais (FRIGOTTO, 2017), bem como pela realização de entrevistas semiestruturadas (LAKATOS, 2003; MINAYO, 2000) com professores e professoras, operando a partir de plataformas digitais, na tentativa de captar o movimento de precarização do trabalho docente a partir do processo que pode ser chamado de uberização, com o trabalho mediado pelas plataformas digitais. A uberização do trabalho docente, que se dá pela mediação das plataformas digitais, tem criado tendências de precarização do trabalho docente, trazendo para o campo educacional as mesmas características de precarização que a uberização tem provocado no setor de serviços. Ainda na perspectiva da precarização do ensino e do avanço das plataformas digitais na educação, a pandemia de COVID-19 trouxe uma aceleração de processos de inserção da plataformização na educação, via GAFAM (OBSERVATÓRIO EDUCAÇÃO VIGIADA, 2021), e, consequentemente, de processos de reformas empresariais (FREITAS, 2012) que visam privatizar o ensino, o que precariza a atividade pedagógica e as condições do trabalho docente. Esta pesquisa desvelou ainda o quanto avança a descaracterização do trabalho docente em plataformas como a ALICERCE, onde professores acumulam atribuições de ensino e limpeza de sala de aula e a COGNA, onde a figura do professor foi substituída pela de colaborador, típico das relações trabalhistas do era da flexibilidade total e do engodo do explorado como empreendedor, típico do discurso enganador da era da exploração digital do trabalho.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - SELMA BORGHI VENCO - UNICAMP
Interno - 2243044 - ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
Interno - 2517180 - EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
Externa ao Programa - 1654266 - JULIANE FEIX PERUZZO
Interna - 2289086 - KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
Notícia cadastrada em: 29/03/2022 09:41
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