A Biblioteca como Heterotopia: Descaminhos e Subjetivação
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Nesta dissertação, o objeto do olhar foram as experiências em uma cultura de domínios do saber e formas de produção de identidades no contexto da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, uma heterotopia de tempos infindáveis que, como uma pedagogia cultural, atua na de produção de identidades. Buscou-se compreender como processos de relações de força materializadas nas práticas discursivas dessa heterocronia de tempo atua como uma pedagogia na conduta dos indivíduos. O caminho investigativo construído, de inspiração surrealista etnográfica, pautou-se de elementos da análise do discurso foucaltiana e dos estudos culturais. A feitura do corpus da pesquisa resulta narrativas sobre o cotidiano da biblioteca, e as reflexões sobre documentos da/sobre esse espaço. Como resultado, identificou-se afirmações que orientam a ordem da verdade na biblioteca através dos modos de organização que incidem na orientação das condutas que se configuram como técnicas de saber-poder e de si materializados nos artefatos. Assim, é possível dizer que a biblioteca é um lugar de aprendizagem por onde diferentes significados circulam incidindo na fabricação dos sujeitos. Em adição a isso, neste espaço também há resistência que se expressa nos corpos que destroem as regras ao se expressar de outros modos, portanto, fabricam para si outras formas de viver. Dessa forma, a biblioteca pela ótica da heterotopia pode ser percebida como um espaço em trânsito entre a efervescência urbana do Recife central e as escolas que lhe fazem vizinhança.