PERTENCIMENTO E ARTIFICIALIDADE: A expressividade das cores neon no cinema queer brasileiro durante a década de 2010
Cultura visual. Cinema. Experiência estética. Neon. Cinema Queer.
As discussões sobre gênero e sexualidade no cinema brasileiro contemporâneo nas últimas décadas vêm sendo ampliadas através das perspectivas queer. Além do presente estudo acompanhar esta tendência, nota-se que a materialização queer nos filmes brasileiros na década de 2010 é acompanhada pela presença de manifestações estéticas e estilísticas do artifício além do camp, como as constantes aparições das cores e luzes neon. Para compreender essas ligações, inicialmente, elabora-se sobre a teoria queer buscando entender a categorização desse cinema, desenhando um panorama diante da historicidade do termo queer e de suas proposições políticas. Em seguida, elabora-se de maneira mais atenta sobre linguagem cinematográfica, sensorialidade e espectatorialidade queer, alcançando exemplos estéticos que constroem a compreensão do neon enquanto elemento de diferenciação e identificação de sujeitos queer. Por fim, para a aplicação e argumentação desse fenômeno, desenvolve-se análises fílmicas atrelando as manifestações do neon junto a presença queer nas narrativas dos filmes Boi Neon (2015, dir. Gabriel Mascaro) e Tinta Bruta (2018, dir. Filipe Matzembacher e Márcio Reolon).