Que branco é esse no funk? – Investigando a branquitude no funk brasileiro
Funk; Branquitude; Performance; Gêneros Musicais.
O funk brasileiro é compreendido como um gênero de música negra compartilhado com artistas e demais fruidores brancos. Apesar das entradas do funk no mainstream desde a década de 1990, o estigma do funkeiro e a criminalização do gênero musical permanecem e são atrelados a uma intersecção de questões: geográficas, de classe, raça e de gênero. Sendo o funk um vetor de tensionamentos sociais, políticos e estéticos, investigo a branquitude em performances de artistas brancos do funk ou que se vinculam a ele em determinado momento de suas carreiras, identificando possíveis disputas e deslocamentos do gênero musical no ecossistema de mídias conectadas. Observo o corpo enquanto local de transmissão de conhecimento a partir de artistas como Anitta, Kevinho, e Adriana Calcanhotto. Compreendo a branquitude enquanto local de poder, identidade étnico-racial atribuída a pessoas brancas e dispositivo analítico que faz emergir a subjetividade branca em contextos aparentemente não-racializados. Resultando em encenações de afastamento do estigma do funkeiro, observada através de Kevinho; de moralização da bunda no funk, em videoclipe de Adriana Calcanhotto; de trânsitos raciais e entre gênero musicais ao mobilizados pela ideia de mestiçagem acionada por Anitta.