O pop periférico como categoria midiática
Pop periférico. Celebrização do Popular.Cidadania Celebritie. Consumo. Mídia.
Aqui se parte de uma categorização do vernacular (FIABANE, 2016) imbricado com o popular como instâncias culturais e de comunicação que, ao interagirem com um sistema midiático, atravessam a comunicação massiva. Essa, por sua vez, implica lugares institucionais, mercadológicos e uma cultura da mídia. Marcamos, no entanto, que o cenário tecnológico propiciado pelas redes sociais digitais torna possível inventariar brechas nos limites historicamente instituídos pelo mercado e pela indústria do entretenimento. Nesse sentido, tanto a midiatização do cotidiano do sujeito popular nas redes sociais digitais configura (em muitos casos) uma comunicação para muitos espectadores e é, portanto, massiva, como é essa superexposição que torna possível a transmidiação do digital para os meios de comunicação tradicionais. Esses últimos, por sua vez, configuram espaços que comumente restringem a aparição de indivíduos de origem popular periférica – inclusive pela ordem dessa participação se relacionar com a noção de escândalo (BIELETTO-BUENO, 2018). Quanto a essa noção, marcadores sociais de raça, de classe (e de regionalidade que, nesse trabalho aparece como caráter que deve ser considerado em um debate interseccional) acionam polícias e políticas que negam o “vulgar” e determinam o que é inculto. É a formação, o papel e a linguagem do sujeito popular – sustentada teoricamente pelos conceitos de carnavalização (BAKHTIN, 1999) e do modo de operação tático (DE CERTEAU, 1998) que determinam o trânsito do popular-povo para o popular que conjectura popularidade.