Banca de DEFESA: MARILIA LACERDA BARBOSA FRAGOSO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARILIA LACERDA BARBOSA FRAGOSO
DATA : 15/09/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Universidade Federal de Pernambuco
TÍTULO:

Conhecimento Ecológico Local como instrumento para gestão da pesca de aratu (Goniopsis Cruentata, Latreille 1803) em Unidade de Conservação


PALAVRAS-CHAVES:

áreas protegidas, pesca artesanal, populações tradicionais, manejo, territórios tradicionais


PÁGINAS: 100
RESUMO:

A Reserva Extrativista (RESEX) é uma categoria de área protegida que surge através de mobilização popular para a garantia de direitos de populações tradicionais que não possuíam instrumentos legais para a proteção de seus territórios. As RESEX marinhas foram criadas para a proteção dos territórios tradicionais de pesca, dos pescadores artesanais e dos recursos por eles extraídos das suas áreas de ocupação. Mesmo com a criação dessas áreas estas populações não estão isentas de impactos. Sendo a pesca artesanal uma importante atividade socioeconômica e cultural e os pescadores, povos que possuem uma forte relação com a natureza, com conhecimentos e práticas que atuam na conservação, esta pesquisa tem como objetivo principal caracterizar a atividade da pesca de aratu nas comunidades tradicionais da Reserva Extrativista Marinha Acaú-Goiana, investigando o conhecimento ecológico local das pescadoras sobre aspectos ambientais e suas características socioeconômicas. A RESEX Acaú-Goiana é localizada na divisa de Pernambuco e Paraíba e têm a pesca artesanal como a principal atividade realizada entre as seis comunidades beneficiárias. As comunidades investigadas neste estudo foram as de Tejucupapo e de São Lourenço, que possuem a catação de aratu como a principal atividade de pesca realizada. A pesquisa etnográfica de caráter quali-quantitativa utilizou de uma metodologia exploratória participante, com técnicas de observação direta e entrevistas livres e semiestruturadas com pescadoras e pescadores indicados por informantes-chave através da técnica “bola de neve”. As entrevistas foram utilizadas para obter informações socioeconômicas e culturais dos pescadores e os conhecimentos ecológicos locais, advindos da trajetória de pesca. A dissertação é estruturada com uma introdução, objetivos, referencial teórico, metodologia, resultados finais que estão divididos em 3 capítulos e por fim considerações finais. No total foram entrevistados 51 pescadores e pescadoras e lideranças locais, buscando compreender as etapas existentes na pesca de aratu, identificar as formas de manejo, os territórios de pesca e os conhecimentos ecológicos locais. A pesca artesanal de aratu na RESEX Acaú-Goiana é realizada de duas formas, que se diferenciam pelas práticas e tecnologias sociais utilizadas. A forma tradicional é realizada principalmente por mulheres e está associada a um profundo conhecimento ecológico local e a forma com a utilização de novas tecnologias é realizada principalmente por homens em busca de maior lucro, que possibilitam a reprodução social e resistência das comunidades na luta contra pressões sociais externas. O conhecimento ecológico local dos pescadores é resultante de uma relação de uso-dependência dos recursos naturais e garantem o surgimento de formas e práticas de manejo que possibilitam a conservação da espécie. As áreas utilizadas para a captura do aratu não se limitam ao território da RESEX, evidenciando uma complexa relação com o território. A gestão da RESEX Acaú-Goiana, possui importantes ferramentas de cogestão instituídas, mas a baixa participação dos pescadores nos processos decisórios tem resultado em conflitos sobre as normativas instituídas para uso dos recursos. As normativas para a regulação das atividades precisam considerar as características socioeconômicas dos pescadores e outras atividades potencialmente impactantes desenvolvidas na zona de amortecimento da RESEX. As características da cadeia produtiva da pesca do aratu e a ausência de incentivos públicos direcionados a atividade favorecem a instituição de uma cadeia produtiva com etapas fragilizadas, que abrem espaço para impactos que acentuam a vulnerabilidade social dos pescadores artesanais, como pode ser observado no derramamento de óleo e na Pandemia de COVID-19.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1346761 - GILBERTO GONCALVES RODRIGUES
Interna - 189.062.654-68 - REJANE MAGALHÃES DE MENDONÇA PIMENTEL - UFRPE
Interna - 2103925 - ANA LUCIA BEZERRA CANDEIAS
Externa à Instituição - MARINA DE SA LEITAO CAMARA DE ARAUJO - UPE
Externo à Instituição - GILBERTO NICACIO BATISTA - UFPE
Externa à Instituição - ANA ELISA FREITAS DE CASTRO
Notícia cadastrada em: 03/09/2021 11:27
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