TAFONOMIA, PALEOECOLOGIA E PALEOGEOGRAFIA DA FAUNA DE INVERTEBRADOS EM NOVOS SÍTIOS FOSSILÍFEROS DA FORMAÇÃO ROMUALDO, APTIANO-ALBIANO, BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE, NE DO BRASIL
gastrópodes; conchostráceos; decápodas; Paleoecologia
Os invertebrados fósseis são de grande importância para o entendimento de fenômenos pretéritos, principalmente no que se diz respeito a mudanças no paleoambiente. A Formação Romualdo (Aptiano-Albiano) da Bacia do Araripe apresenta abundantes e diversos grupos de invertebrados que juntos podem contribuir para melhor compreensão do seu ambiente deposicional, uma vez que os aspectos paleoambientais e paleogeográficos da unidade ainda são descutidos. Como resultado, foram analisadas 4 seções estratigráficas expostas em mineradoras de gipsita (Formação Ipubi), nos municípios de Araripina e Ipubi, PE, porção oeste da Bacia do Araripe e foram identificados 13 táxons (Decapoda: Paleomattea deliciosa, Kellnerius jamacaruensis; Spinicaudata: Cyzicus brauni, Cyzicus pricei, Martinestheria codoensis, Estheriina costai; Gastropoda: Tylostoma ranchariensis, Paraglaugonia sp., Pseudomesalia (‘Pseudomesalia’) santanensis, cassiopídeos, ceritídeos e naticídeos indeterminados; e Bivalvia: Brachidontes araripensis). Estes foram agrupados em três associações: Paleomattea deliciosa, Cizycus sp. e Cassiopidae, e três paleoambientes distintos: transicional, incursão I e II. Enquanto as associações Cyzicus sp. e Paleomattea deliciosa evidenciam ambientes de baixa energia, a associação Cassiopidae implica em soterramento tempestítico. Os resultados apontam para influência do Mar Tétis, possivelmente através da Bacia Potiguar ou do Parnaíba. Além disso, realizou-se uma revisão de literatura que compilou dados paleoambientais e paleogeográficos a respeito dos invertebrados fósseis da Bacia do Araripe, com a finalidade de guiar novas pesquisas sobre esta temática.