Banca de DEFESA: CAIO DOS SANTOS PEREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CAIO DOS SANTOS PEREIRA
DATA : 07/01/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Remotamente
TÍTULO:

INTEGRAÇÃO GEOFÍSICA-ESTRUTURAL APLICADA À EVOLUÇÃO DO TERRENO ICAIÇARA: Um candidato a Ribbon Continent no interior da Zona Transversal da Província Borborema, NE do Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Ribbon Continents; Província Borborema; Gravimetria terrestre; Integração Geofísica-Estrutural; Terreno Icaiçara.


PÁGINAS: 122
RESUMO:

O extremo oeste da Zona Transversal da Província Borborema abrange supostos terrenos alóctones alojados na Faixa Piancó-Alto Brígida, incluindo o Terreno Icaiçara. Neste trabalho foram integrados dados aerogeofísicos regionais e locais buscando apoiar o entendimento estrutural deste suposto terreno exótico. Os mapas gama-espectrométricos permitiram o mapeamento de estruturas rasas e o delineado geral dos domínios geológicos, enquanto os dados magnéticos e gravimétricos permitiram estimar a continuidade em profundidade das principais zonas de cisalhamento, marcando possíveis estruturas litosféricas. A integração dos dados geofísicos revelou que as zonas de cisalhamento Sítio dos Moreiras, Trempe e Parnamirim atingiram profundidades de 10-16 km, constituindo assim importantes limites crustais. Os dados gravimétricos utilizados, foram obtidos a partir de perfis terrestres. Por exemplo, a seção gravimétrica regional de 150 km entre as cidades de Araripina e Salgueiro mostrou que o bloco mais denso na região é o núcleo profundo do Icaiçara, com repercussão até o limite crosta/manto num processo de espessamento e soerguimento crustal. Na faixa de 14 a 16 km há uma ascensão forte das rochas mais densas com expressão ligeira no manto litosférico (em torno de 32 km). Estes dados fomentaram a análise estrutural conduzida no TIC, cuja estruturação regional é materializada por uma megadobra antiforme revirada de superfície axial (Sax3) com eixo Lb3 de direção NE. A partir da análise de afloramentos e cartografia geológica, hierarquizou-se três fases de caráter dúctil (D1, D2 e D3) e uma de caráter rúptil (D4). Dados de foliação e lineação de estiramento mineral indicam que a estruturação geral corresponde a um padrão de interferência de dobramentos do tipo “domos e bacias”, nos quais as superfícies axiais pretéritas (Sax1) com eixo Lb1 de direção E-W encontraram-se reviradas por superfícies ortogonais (Sax2) de direção N-S. Os marcadores deformacionais pretéritos são ainda paralelizados pela tectônica transcorrente (D3), sobretudo na porção sul onde predominam milonitos ligados ao Lineamento Pernambuco; na porção leste pela Zona de Cisalhamento Parnamirim, e oeste pela Zona de Cisalhamento Trempe, ambas de direção NE-SW e cinemática transcorrente sinistral. Estas estruturas representam o mais importante registro do evento Brasiliano, verticalizando e transpondo estruturas pretéritas tanto do Riaciano, quanto do Toniano (?), sendo ainda responsável pela inversão tectônica das paleobacias ediacaranas da Faixa Piancó-Alto Brígida. Interpreta-se aqui que essas três zonas de cisalhamento em conjunto geraram rotação horária e acomodação do transporte deste bloco crustal por meio de mecanismos de escape lateral. Finalmente, sugere-se que o Terreno Icaiçara constitui segmento crustal polideformado, sendo um provável terreno exótico do tipo metamórfico, alojado por meio de tectônica transcorrente na forma de ribbon continent, conceito recentemente postulado na literatura para a evolução do continente Gondwana.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1037196 - HAROLDO MONTEIRO LIMA
Presidente - 2983231 - LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
Externo à Instituição - LUÍS GUSTAVO FERREIRA VIEGAS - UnB
Notícia cadastrada em: 06/01/2022 15:32
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