Equidade na Acessibilidade da População às Entregas do Comércio Eletrônico: Um Estudo para Cidades Brasileiras
equidade; acessibilidade; comércio eletrônico; entrega domiciliar;entregas da última milha; Pontos de coleta e entrega.
Nos últimos anos houve um crescimento significativo do uso do comércio eletrônico,especialmente durante a pandemia da COVID-19. Cada transação do comércioeletrônico pode gerar uma ou mais entregas, que podem ser destinadas a casa outrabalho do comprador, ou a Pontos de Coleta e Entrega (do inglês – CollectionandDelivery Points) (CDPs). Entregas do comércio eletrônico têm o potencial de aumentara acessibilidade a bens de consumo, especialmente para pessoas que têm baixoacesso a lojas do varejo tradicional. Entretanto, a acessibilidade às entregas docomércio eletrônico não é equitativa para todos. Estudos mostram que maior renda eescolaridade, assim como maior acesso à tecnologia estão associados a um maioruso do comércio eletrônico. Equidade é um tema pouco explorado na literatura dotransporte urbano de carga, especialmente no contexto latino-americano. Portanto,essa tese objetiva analisar os efeitos da acessibilidade da população às entregas docomércio eletrônico em cidades brasileiras. Para alcançar esse objetivo, três artigosestão sendo produzidos. O primeiro objetiva identificar as lacunas de pesquisa efatores a serem considerados em uma análise de equidade envolvendo comércioeletrônico. Os resultados mostram a necessidade de incorporar princípios claros deequidade nas análises de acessibilidade às entregas, quais fatores podempotencialmente influenciar a acessibilidade às entregas e que soluções podem seradotadas para mitigar as desigualdades no acesso. O segundo artigo visa explorar osfatores locacionais que influenciam a acessibilidade às entregas do comércioeletrônico, reconhecendo as desigualdades espaciais em termos de oportunidade. Porfim, o terceiro artigo combinou técnicas logísticas tradicionais (análise de alocação delocalização) e conceitos de equidade e princípios de justiça distributiva para proporuma rede de CDPs para Belo Horizonte que poderia ajudar a diminuir asdesigualdades de acessibilidade às entregas. A rede sugerida pode servir até 97,6%da população, incluindo 94,8% dos domicílios de baixa renda, uma melhoria decobertura de 268,3% para a população total e 1.381,3% para a população de baixarenda em comparação com o serviço de Caixa Postal oferecido pelos Correios. Essatese demonstra a importância de se considerar a equidade em análises deacessibilidade no transporte urbano de carga e pode servir como guia para políticaspúblicas a respeito da acessibilidade às entregas do comércio eletrônico.