CONTIDO: Os discursos ainda permitidos, as condutas de censura e a interferência na atuação profissional do bibliotecário.
Censura. Relações de poder. Práticas documentárias. Bibliotecário
Pesquisa de natureza exploratória quanto aos fins. Bibliográfica e documental quanto aos meios. A fim de identificar e delimitar as unidades discursivas que compõem enunciados “censuráveis” utiliza-se análise dialógica fundamentada nos preceitos bakhtinianos. Este estudo indaga acerca de como o cerceamento à informação, por meio da legitimação de condutas de censura, interfere na atuação profissional do bibliotecário. Como objeto de estudo foram selecionados três eventos nos quais a censura ocorreu de forma ostensiva e amplamente divulgada pela imprensa, cobrindo a cronologia do triênio 2017, 2018 e 2019: em 2017, o cerceamento ao catálogo da exposição Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira (FIDELIS, 2017), censurado pelo poder legislativo da cidade de Uruguaiana (RS); em 2018, a censura promovida pela escola privada carioca Colégio Santo Agostinho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), ao livro Meninos sem pátria, de autoria de Luiz Puntel (1988), e, em 2019, a censura promovida pelo poder executivo da Cidade do Rio de Janeiro (RJ) à Grafic novel da Marvel, Vingadores: A cruzada das crianças (HEINBERG, 2016). Buscou-se prover esclarecimentos a respeito das distinções históricas acerca da censura; das relações ideológicas de poder na censura de objetos culturais de leitura; bem como das relações entre ética, moral e deontologia. Outros conceitos poderão emergir como coadjuvantes no desenvolvimento da pesquisa sem que, no entanto, se teçam aprofundamentos, visto que trarão suporte ao eixo principal de discussão