ESTUDO DA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL DOS USUÁRIOS USANDO GAMES: uma avaliação a partir da Neurociência e Termografia por Infravermelho
Experiência do Usuário, Emoções, Condução veicular, Games, EEG, Termografia Infravermelha.
A aplicação de princípios ergonômicos em projetos de sistemas computacionais torna a interação com o usuário mais adequada, facilita a execução das tarefas, gera resultados mais eficientes e influencia positivamente a experiência do usuário. Os aspectos emocionais fazem parte desse cenário por serem fatores intrínsecos ao ser humano na realização de qualquer atividade, sendo possível analisá-los através de ferramentas de autorrelato. Porém, dúvidas são levantadas sobre a real eficiência dos questionários quanto a veracidade das opiniões relatadas, uma vez que as pessoas controlam as respostas, podendo alterá-las involuntária ou propositalmente. Ou seja, nem sempre o pesquisador tem o conhecimento de fato se a experiência relatada condiz com a experiência real sentida. E esta condição de dúvida se aplica tanto em opiniões sobre a usabilidade do sistema quanto a avaliação emocional. Nesse sentido, compreender os aspectos psicofisiológicos pode ser um diferencial para uma correta interpretação da experiência do usuário. Esta pesquisa teve o propósito de verificar a correlação emocional entre respostas de autorrelato e os resultados obtidos através do uso de ferramentas de mensuração psicofisiológica não invasivas. Utilizando dois sistemas computacionais de condução veicular como objetos de análise, sendo um jogo eletrônico de entretenimento e um software de treinamento, foi possível verificar diferenças e semelhanças entre as respostas de caráter emocional, onde os parâmetros foram as respostas positivas e negativas. Treze voluntários responderam aos questionários GEW e PANAS para relatar suas emoções e tiveram sua atividade elétrica cerebral e a temperatura facial capturadas pelo EEG e pela termografia infravermelha respectivamente, gerando resultados psicofisiológicos. Através da Hipótese de Valência, do IAAF e da alteração térmica da face verificou-se correlações e coerências emocionais entre as respostas faladas e sentidas. A usabilidade dos sistemas também foi analisada por meio do modelo híbrido de Leventhal & Barnes e do SUS, reforçando as opiniões positivas e negativas dos sistemas. Os resultados apontaram diferenças na valência entre os autorrelatos e as mensurações psicofisiológicas, reforçaram o potencial da termografia e do EEG na investigação das emoções humanas e contribuiu para discussão sobre o desempenho e as respostas masculinas e femininas.